Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Quintão, Cynara Magalhães Pinto Godói |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11309
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Resumo: |
A última década do século XX foi marcada como um período de grandes mudanças na pecuária do Brasil, sobretudo a leiteira. Essas mudanças, de caráter político, econômico e social tiveram início nos primeiros anos da década de 90 e desencadearam um processo de transformações em todos os segmentos da cadeia láctea, com destaque à redistribuição geográfica da produção, tendendo a concentrar-se na região Centro-Oeste, caracterizada pelo ecossistema cerrado. Nesta região, o estado que mais contribuiu para essa concentração foi Goiás. Como em todo Brasil, a pecuária leiteira neste estado é baseada na utilização de pastos como fonte alimentar do rebanho, o que implica em baixos custos. Assim, este recurso forrageiro deve ser a preocupação central da atividade leiteira que nele se baseia, devendo-se deter a degradação dos pastos, bem como permitir a reversão de seu processo. O ecossistema cerrado apresenta problemas quanto ao solo (baixa fertilidade e elevada acidez), à disponibilidade de água (regular alternância entre períodos marcados pela abundância e escassez de chuvas), e, por conseqüência, ao crescimento de pastagens plantadas, sem um manejo adequado, implicando em degradação de pastagens. Estima-se que 80% do total de pastagens cultivadas nos cerrados estão em algum grau de degradação. Portanto, para atender ao objetivo geral deste estudo que é analisar a perda social da pecuária leiteira causada pela degradação de pastagem, em Goiás, é necessário: a) descrever a pecuária leiteira no estado de Goiás; b) identificar a produção de leite e seu valor em Goiás, sob o efeito da degradação de pastagens, em dois cenários: CENÁRIO 1, que reflete a realidade, considerando a capacidade de suporte atual (0,8 UA/ha), e CENÁRIO 2, considerando uma situação pessimista, em que o processo de degradação é agravado, alcançando a capacidade de suporte de 0,5 UA/ha; c) determinar a produção de leite e seu valor em Goiás, considerando uma situação de pastagens não-degradadas cuja capacidade de suporte é 1,4 UA/ha, configurando o CENÁRIO 3; d) avaliar a perda relativa na produção física de leite em Goiás, em decorrência da degradação de pastagens; e) fazer uma avaliação “ex-ante” recuperação/renovação do impacto econômico do processo de de pastagens degradadas na região de cerrados, sendo considerados os efeitos da capacidade de suporte sobre a produção de leite, nos três níveis de produção, isto é, estrato I (produção de até 50 l/dia/estabelecimento), estrato II (produção de 51 a 250 l/dia/estabelecimento) e estrato III (acima de 250 l/dia/estabelecimento). Foi verificado que os efeitos da degradação de pastagem refletem-se na pecuária leiteira, diretamente, através da capacidade de suporte, mantendo-se constante a produtividade animal e a área destinada à pecuária de leite, e não considerando os efeitos do processo de recuperação sob estas variáveis, podendo-se inferir que aumentos na capacidade de suporte, proporcionados pela recuperação de pastagens, são seguidos de incrementos nos índices de desempenho da pecuária leiteira, tais como a produção diária e a produtividade por área. Diante de efeitos positivos do processo de renovação/recuperação de pastagem sobre a produção de leite, a uma capacidade de suporte de 1,4 UA/ha, foi realizada uma avaliação “ex-ante” do impacto econômico deste processo a fim de facilitar a tomada de decisão. Foram considerados dois sistemas de renovação/recuperação de pastagens: Sistema A, aquele que consiste em investimentos em recuperação com gastos anuais de manutenção, e o Sistema B em que o investimento consiste, apenas, na recuperação das pastagens. Ao analisar o fluxo de caixa dos três estratos de produção, verificou-se que os impactos da renovação/recuperação de pastagem do sistema A são maiores no estrato III, já que apresentou o maior saldo por hectare (R$ 3.108,39) e menor tempo de déficits no fluxo de caixa adicional, além de apresentar bons indicadores de investimento. Sob o ponto de vista financeiro, o investimento em renovação/recuperação de pastagens mostrou-se inviável para o estrato I e indiferente para o estrato II. |