Ocupação dos espaços, gestão e degradação das pastagens entre pecuaristas da microrregião de São Félix do Xingu-PA
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas
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Departamento: |
Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13243 |
Resumo: | A pecuária bovina é uma das principais atividades em diversas partes da Amazônia brasileira. Na microrregião de São Félix do Xingu, particularmente nos municípios de São Félix do Xingu e Tucumã, a atividade apresentou exponencial crescimento especialmente a partir dos anos 90, observando-se principalmente pela rápida expansão das pastagens e efetivo dos rebanhos bovinos. Diversos questionamentos sobre o papel da atividade nos processos de desmatamentos na região emergiram. Um dos apontamentos centrais, encontrados na literatura das duas últimas décadas, é o fato da pecuária bovina se desenvolver a partir da conversão de florestas em pastagens, que apresentam elevado estado de degradação agrícola em pouco tempo, sendo posteriormente abandonadas pelos pecuaristas, principalmente familiares, que migram para novas áreas de floresta, iniciando novos processos de desmatamentos. Compreender estas dinâmicas e estabelecer estratégias de conter os processos de desmatamentos são grandes desafios da atualidade. Neste trabalho, buscamos compreender se e como a degradação das pastagens se constitui num motor de novos desmatamentos, verificando também as distinções e/ou similaridades nos processos de gestão e situação das pastagens e dos rebanhos entre as distintas categorias socioeconômicas de pecuaristas que desenvolvem a atividade na microrregião de São Félix do Xingu. As hipóteses levantadas foram que: i) os fatores socioeconômicos, ambientais, políticos, fundiários e produtivos influenciam as formas de ocupação e gestão dos espaços; ii) as práticas de gestão das pastagens e dos rebanhos são as principais causas da degradação agrícola dos pastos; e, iii) a degradação das pastagens influencia novos desmatamentos. Foram entrevistados 63 pecuaristas entre os meses de setembro e dezembro de 2008, no âmbito das pesquisas da Rede – Geoma. Utilizamos os resultados dos testes de análises de variância (ANOVA) para compararmos as formas de ocupação e gestão das pastagens entre os distintos grupos de pecuaristas, e, modelos de regressão estatística para identificarmos as variáveis que influenciam os estádios de degradação agrícola das pastagens. Os resultados obtidos mostraram que, tanto as formas de ocupação dos espaços como a gestão e a situação das pastagens são bastante similares entre todas as categorias socioeconômicas de pecuaristas. Os fatores que influenciam a degradação das pastagens diferem entre pecuaristas de categorias socioeconômicas distintas, sendo que, fatores externos como os períodos secos e ataques de pragas afetam principalmente os pecuaristas em condições socioeconômicas menos favorecidas. No entanto, distintamente da hipótese levantada, atualmente a degradação das pastagens não se mostra como motor da migração e abertura de novas áreas, mesmo entre pecuaristas familiares. A estratégia adotada em todas as categorias de pecuaristas é a intensificação no manejo das pastagens, principalmente pela reforma dos pastos e aumento no número de divisões, além de variação sazonal no efetivo dos rebanhos durante o ano, a fim de diminuir a pressão sobre o pasto e capitalizar-se para efetuar melhorias nos pastos. |