Determinação da perda de matéria seca e avaliação qualitativa de grãos de milho armazenados em bolsas herméticas
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ Mestrado em Engenharia Agrícola UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3515 |
Resumo: | Nos últimos anos tem-se observado um expressivo crescimento no setor de grãos, contribuindo para a expansão da balança comercial. No entanto, em diversos estados, o sistema de armazenagem é constituído por estruturas antigas, sucateadas e em condições precárias de armazenagem, o que acaba por comprometer a qualidade do produto durante o armazenamento. Para que o setor aumente as exportações e ganhe espaço no mercado mundial, os sistemas de armazenagem devem ser adequados aos padrões internacionais de qualidade. Estas exigências têm provocado grande interesse pelo uso de controles efetivos de pragas com nível mínimo de contaminação, dentre os quais tem se destacado o armazenamento hermético em silos bolsa e a utilização de isotilcianato de alilo (ITCA). Na busca por informações que subsidiem a adoção do método de armazenamento em silos bolsa, desenvolveu-se o presente trabalho com o objetivo de estimar a perda de matéria seca e avaliar a utilização do ITCA e seu possível efeito sobre a preservação da qualidade de grãos de milho armazenados em bolsas herméticas. Para isto, grãos de milho com teores de água de 14,8 e 17,9% b.u. foram acondicionados em bolsas de material polietileno impermeável a gases e submetidos ao tratamento com ITCA na dosagem de 300 μL L-1 em três repetições. O ITCA foi aplicado sobre papel filtro com dimensões de aproximadamente 5 cm2, e este foi colocado dentro das bolsas contendo grãos. Após o tratamento, todo o ar em excesso contido nas bolsas foi retirado e as bolsas foram lacradas por meio de uma máquina seladora térmica. Para o tratamento controle, os grãos foram armazenados nas mesmas condições, porém, na ausência do ITCA. Depois do fechamento das bolsas com e sem ITCA, estas foram armazenadas em câmaras com temperaturas controladas de 15, 25, e 35 °C. Foram utilizadas no total 180 bolsas, sendo três bolsas (repetições) para cada teor de água dos grãos, temperatura, tratamento e período de armazenamento. Por um período de 150 dias, em intervalos de 30 dias, três bolsas contendo grãos, correspondente a cada teor de água, temperatura e tratamento, foram retiradas das câmaras para a medição das concentrações de O2 e CO2. Em seguida, os grãos foram submetidos às análises de classificação comercial, teor de água, massa específica aparente, potencial de germinação e condutividade elétrica sendo descartados após a realização das análises. Para se estimar a perda de matéria seca, foi desenvolvido um modelo em função da taxa respiratória dos grãos, considerando-se a ocorrência de respiração aeróbica e anaeróbica. Dos resultados obtidos, foi possível concluir que o consumo de O2, a produção de CO2 e, conseqüentemente a massa de matéria seca foram afetados pelo teor de água dos grãos e pela temperatura. Em temperaturas de 15, 25 e 35 °C, os grãos armazenados com teor de água de 14,8 e 17,9% mantiveram os níveis de perda de matéria seca abaixo de 0,5%, limite de perda de matéria seca comumente utilizada para o armazenamento em sistemas abertos. Devido à baixa atividade respiratória dos grãos e da microflora e à baixa produção de CO2 ocorrida na fase de anaerobiose, o incremento de perda de matéria seca com o tempo passou a ser desconsiderado. A perda de matéria seca dos grãos de milho armazenados com teor de água de 17,9%, em temperatura de 35 °C foi inferior à perda verificada para os grãos armazenados em temperatura de 25 °C. No entanto, um monitoramento das concentrações de CO2 em períodos inferiores a 30 dias, para estas condições, poderia vir a indicar resultados inversos. Em relação aos parâmetros de qualidade avaliados, verificou-se que para as condições utilizadas neste estudo, a dosagem de 300 μL L-1 de ITCA não afetou significativamente a qualidade fisiológica dos grãos de milho armazenados em bolsas herméticas, induzindo a idéia de não ter tido efeito no controle da microflora presente. O armazenamento em bolsas herméticas permitiu a estabilidade dos teores de água dos grãos de milho ao longo de 150 dias, independentemente da temperatura. É possível o armazenamento dos grãos de milho com teores de água de 14,8 e 17,9% em bolsas herméticas sob temperaturas de 15, 25 e 35 °C durante 150 dias, sem que haja redução no seu padrão de qualidade para fins de comercialização. O armazenamento de grãos de milho com teores de água de 14,8% permite manter suas características por períodos relativamente maiores e com menores perdas de matéria seca do que o armazenamento de grãos com teor de água de 17,9%. O limite usualmente aceitável de 0,5% de perda de matéria seca para o armazenamento de milho em sistemas abertos não pode ser aplicado a sistemas herméticos. Isto por que à medida que os grãos entram em anaerobiose, sua taxa respiratória passa a ser decrescente, e o incremento de matéria seca decresce com o tempo a ponto de se tornar desprezível. Assim, a perda de matéria seca pode ser considerada máxima antes que se atinjam níveis de 0,5%, enquanto os grãos continuam em processo de deterioração, podendo ter seu padrão de qualidade reduzido com o aumento do tempo de armazenamento. Desta forma, se torna importante a realização de estudos mais detalhados, com monitoramentos mais freqüentes das concentrações de CO2 para grãos armazenados com teores de água elevados e com períodos maiores de armazenamento, de forma a estabelecer limites de perda de matéria seca para o armazenamento de grãos de milho em sistemas herméticos. |