Estudos genéticos e comportamentais em espécies de Wasmannia (Hymenoptera: Formicidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Souza, Ana Lúcia Biggi de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
NOR
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/944
Resumo: Wasmannia auropunctata (Roger, 1863) (Myrmicinae) é um dos principais problemas nos cacauais das regiões sudeste e sudoeste da Bahia, Brasil, devido as suas ferroadas poderosas. Wasmannia sp. aff. rochai pode ser confundida como W. auropunctata no campo. Este estudo foi desenvolvido com o propósito de caracterizar W. auropunctata e W. sp. aff. rochai dos pontos de vista genético e/ou comportamental, a fim de distinguir populações de ambas as espécies. Foram analisados a estrutura genética de populações nativas de W. auropunctata e W. sp. aff. rochai, o cariótipo e a marcação cromossômica heterocromática de W. auropunctata, e a agressividade intercolonial e interespecífica entre operárias de W. auropunctata na sua região de origem. Marcadores moleculares RAPD (polimorfismo de DNA amplificado ao acaso) permitiram a distinção entre as populações de W. auropunctata e W. sp. aff. rochai, e a análise da variabilidade genética de populações destas espécies provenientes do Brasil (estado da Bahia) e/ou da Guiana Francesa. As distâncias genéticas entre as populações de W. auropunctata e W. sp. aff. rochai (55,8 71,4%) evidenciam a diferenciação genética entre as mesmas. As elevadas distâncias entre as populações de W. auropunctata da Ceplac/Ilhéus (26,8 34,6%), assim como entre as demais populações de Ilhéus em relação às da Ceplac/Ilhéus (23,3 40,8%), podem ser justificadas relacionando-se esta informação com a existência de comportamentos agressivos entre operárias de W. auropunctata não companheiras de ninho da região sudeste da Bahia, o que reflete a estrutura multicolonial nesta espécie em áreas nativas de Ilhéus. O elevado polimorfismo (99,5%) e os valores das heterozigosidades estimadas (Ilhéus: 0,407; Jequié: 0,415; Guiana Francesa: 0,386) sugerem que as populações de W. auropunctata oriundas da faixa que vai da Guiana Francesa ao sudeste da Bahia (Ilhéus) localizam-se no centro geográfico da área de dispersão desta espécie. O estudo citogenético conduzido com populações de W. auropunctata revelou um cariótipo de 2n = 32, sendo dez pares metacêntricos (M) e seis pares acrocêntricos (A). Um dos braços das cromátides irmãs do décimo par foi positivo para CMA3 e laranja de acridina, sugerindo a ocorrência de regiões organizadoras de nucléolo. A região pericentromérica da maioria dos cromossomos e algumas partes dos núcleos interfásicos foram marcadas com DAPI. Este é o primeiro registro citogenético para uma espécie de Blepharidattini. Os testes de agressividade entre operárias de W. auropunctata de colônias distintas e entre operárias de W. auropunctata frente a operárias de Pheidole sp., provenientes dos estados da Bahia (Ilhéus) e Minas Gerais (Viçosa), demonstraram que operárias de W. auropunctata foram mais ou igualmente agressivas nos confrontos intercoloniais do que nos interespecíficos. Os dados mostraram que os confrontos intercoloniais mais agressivos ocorreram entre operárias de W. auropunctata geneticamente distantes, como confirmado pelo estudo molecular realizado com algumas das colônias utilizadas nos confrontos. Sendo assim, assume-se que W. auropunctata apresenta estrutura multicolonial na sua região nativa e que outras espécies de formigas podem coexistir com ela na mesma área, desde que os seus limites territoriais sejam mantidos.