Práticas alimentares e sociabilidades em famílias rurais da Zona da Mata mineira: mudanças e permanências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lima, Romilda de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7300
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar e compreender os significados da comida e as relações de comensalidade, atendo-se às mudanças e permanências referentes às práticas alimentares de famílias rurais dos municípios mineiros de Piranga, Porto Firme e Presidente Bernardes. A metodologia escolhida foi qualitativa, utilizando-se da entrevista semiestruturada, observação, registros fotográficos e o caderno de campo. As análises da pesquisa empírica foram construídas à luz das abordagens teóricas da antropologia e sociologia da alimentação e da história da alimentação. Apesar da tendência apontada por alguns autores contemporâneos de uma homogeneização alimentar na sociedade ocidental, fruto do processo de modernização e globalização que teria o poder de influenciar e transformar as práticas alimentares, esta não foi a realidade observada nas famílias rurais pesquisadas. A pesquisa apontou para a necessidade de considerar a diversidade cultural e o contexto sociohistórico ao estudar as questões relativas a alimentação dos grupos. Nas famílias estudadas, as práticas alimentares possuem forte vínculo com a tradição e à produção local de alimentos. Isso não significa que elas estão imunes às interferências e às mudanças contemporâneas. Neste sentido, as mudanças observadas nas práticas alimentares, tais como a adoção de novas tecnologias, têm ocorrido de forma ainda tímida e não implica um abandono da tradição. As famílias estão convivendo ou se adaptando aos processos de mudanças no mundo contemporâneo sem negar suas raízes históricas. A incorporação das práticas alimentares modernas também não é acrítica. As famílias sabem que a substituição implica em riscos, perdas e ganhos. No caso da gordura de porco, por exemplo, mostraram-se conscientes quanto à questão relativa à saúde no consumo desse alimento, que continua sendo prioritariamente utilizado na preparação de comidas tradicionais. O que prevalece, neste caso, é a escolha xiipelo sabor do alimento e pelo significado simbólico e tradicional atrelado a ele. Inseridas no processo que envolve tanto o desejo de manter sua autonomia produtiva e cultura alimentar, quanto à necessidade de ceder a algumas mudanças, essas famílias estão aprendendo a se adaptar às dinâmicas da modernidade, aderindo às novidades alimentares que lhes agradam e lhes são importantes e rejeitando o que não lhes é interessante.