Isolamento e detecção molecular de Mycobacterium avium subespécie paratuberculosis (MAP) em rebanhos bovinos leiteiros na região de Viçosa - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Carvalho, Isabel Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Mestrado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PCR
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4968
Resumo: A paratuberculose é uma enterite infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium avium subespécie paratuberculosis (MAP), que acomete todos os ruminantes, caracterizada por síndrome de má absorção, diarréia e perda de peso. A doença tem grande importância econômica pela redução na produtividade, descarte prematuro de animais e aumento dos custos sanitários. A doença também tem importância em Saúde Pública pela possibilidade do agente etiológico estar ligado à Doença de Crohn em humanos e o principal veículo de transmissão seria o leite. No Brasil, há poucos grupos de pesquisa sobre o assunto e o impacto econômico da doença ainda não foi mensurado. Este estudo propôs avaliar o limite de detecção da técnica de PCR para detecção de MAP em amostras de leite in natura e iniciar um levantamento da doença nos rebanhos bovinos leiteiros da região de Viçosa. Foram avaliadas 204 amostras de fezes e 220 amostras de leite individual e de tanque. Observou-se contaminação em 334 (41%) amostras de fezes e 132 (15%) amostras de leite. Não foram observadas colônias com características morfo- tinturiais de MAP após processamento das amostras de fezes avaliadas, e foram observadas colônias somente em meio HEYM com Micobactina J a partir de amostra de leite de um animal com sinais clínicos semelhantes aos da paratuberculose. Foi preparado esfregaço de umas dessas colônias e, ao microscópio óptico, foram constatados BAAR. As 220 amostras de leite foram submetidas à PCR, com dois pares de oligonucleotídeos: IS900BN1/IS900BN2 e ISMav2F/ISMav2B2. Utilizando-se o primeiro par, 8 amostras (3,6%), das quais duas eram de animais com sinais clínicos semelhantes aos da doença, amplificaram fragmentos de tamanho esperado, de 626pb, e utilizando-se o segundo par, 5 amostras (2,2%) amplificaram fragmentos de tamanho esperado, de 494pb. Amostras de soro e de leite dos 8 animais que amplificaram fragmentos de tamanho esperado utilizando-se o par de oligonucleotídeos com base na seqüência de inserção IS900 foram submetidas ao ELISA. No ELISA do soro, duas amostras (25%) foram consideradas positivas e uma (12,5%), proveniente do animal com sinais clínicos semelhantes aos da doença, foi considerada suspeita; enquanto no ELISA do leite, todas as amostras foram consideradas negativas. As 8 amostras foram clonadas e seqüenciadas. Dessas, 3 (37,5%) foram seqüenciadas com sucesso e a análise genética revelou 99% de identidades entre as seqüências obtidas nesse estudo e a seqüência IS900 depositada no Genbank. Por meio de diluições seriadas do DNA plasmidial extraído do clone do controle positivo, foi avaliado o limite de detecção da técnica de PCR para detecção de MAP em amostras individuais de leite bovino in natura e foi encontrado que o limite mínimo de detecção foi de, aproximadamente, 140 a 180UFC/mL de leite. O presente estudo produziu a primeira detecção de MAP em amostras de leite no Brasil. Utilizando-se como ferramenta diagnóstica a técnica de PCR IS900, a ocorrência estimada de paratuberculose nos rebanhos bovinos leiteiros avaliados na região de Viçosa, MG foi de 3,6%, fornecendo um primeiro levantamento sobre a doença na região de Viçosa e no estado de Minas Gerais.