Da emergência à pandemia: análise da atuação dos bombeiros militares de Minas Gerais à luz da burocracia de nível de rua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fonseca, Carlos Eduardo Guilarducci
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Administração
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/31209
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.233
Resumo: Esta pesquisa busca analisar a atuação dos bombeiros militares de Minas Gerais na rotina e na pandemia (Covid-19) em comparação ao contexto de rotina. As pesquisas sobre a burocracia de nível revelaram que médicos, enfermeiros, policiais, assistentes sociais e professores mantiveram suas atividades durante o período de pandemia, sobretudo aqueles voltados aos serviços de emergência. A compreensão individual da atuação dos bombeiros de Minas pode contribuir no entendimento do desempenho organizacional do CBMMG e, consequentemente, na melhoria dos serviços ofertados à população. Definiu-se assim como objeto empírico os bombeiros militares do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, enquanto burocratas de nível de rua. A partir da análise textual dos documentos coletados e da análise dos dados de uma amostra representativa do universo (n=382), obtidos por meio de uma survey, buscou-se compreender a influência da pandemia e das variáveis componentes da atuação dos bombeiros na linha de frente, na rotina e na crise. Os documentos foram analisados e categorizados em: i) orientações de autoproteção, ii) interrupção de serviços, iii) maior exposição ao risco, e iv) acréscimo de funções. Para a etapa quantitativa foi desenvolvido o constructo “atuação da linha de frente”, observado em quatro dimensões: discricionariedade, individual, relacional e institucional. Os dados primários foram analisados empregando técnicas multivariadas de análise de dados (análise descritiva, análise fatorial exploratória e testes de medianas). Partiu-se da premissa de que os ambientes de crises são permeados de aspectos que diferem daqueles encontrados nas rotinas dos serviços de emergência. A pesquisa contribui para a compreensão da atuação da linha de frente e, por conseguinte, no desempenho organizacional do CBMMG frente à pandemia, além de propor um instrumento de medida multidimensional validado para a atuação da linha de frente. Teoricamente, a pesquisa avança sobre o tema da burocracia de nível de rua, sobremaneira com um grupo de profissionais de emergências, pertencentes a uma organização pública militar, onde a discricionariedade é vista como negativa e no desenvolvimento de um instrumento de medida validado e replicável para a atuação da linha de frente, seja na rotina ou nas crises. Os resultados revelaram há diferenças significativas entre a atuação da linha de frente de rotina e de crise e que a dimensão individual é a que mais contribui para a atuação dos bombeiros tanto na rotina, quanto na pandemia. No entanto, as dimensões discricionariedade e institucional não foram moldadas pela pandemia. Embora tenha-se identificado uma maior ambiguidade de objetivos e complexidade normativa, o espaço discricionário e as mudanças nas regras e procedimentos não trouxeram diferenças na atuação dos bombeiros, durante a pandemia que preferiram agir mais centrados na política. Muito do que foi encontrado na pesquisa é restrito à crise sanitária da pandemia e, portanto, novas investigações devem avançar na compreensão da atuação do bombeiro militar de Minas Gerais em outras crises, ou em estudos paralelos aos de outros corpos de bombeiros dos estados brasileiros. Por último, a compreensão sobre a cultura organizacional do CBMMG pode também contribuir no entendimento da atuação de seus indivíduos e na melhoria do serviço público. Palavras-chave: Burocratas de nível de rua. Bombeiros. Crise. Pandemia.