Utilização de zonas de manejo para a produção de soja no cerrado brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Bottega, Eduardo Leonel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ
Doutorado em Engenharia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/780
Resumo: O conhecimento prévio da variabilidade espacial dos atributos do solo relacionados à produtividade das culturas trata-se de uma importante ferramenta empregada em técnicas de agricultura de precisão. A região de cerrado apresenta grande potencial para emprego de técnicas de agricultura de precisão, sendo a variabilidade da produtividade de soja observada nos campos de produção o principal fator determinante para adoção destas. A definição de zonas para o manejo diferenciado da fertilidade do solo, neste contexto, se destaca, pois, pode contribuir com aumento na eficiência de utilização de fertilizante, reduzindo custos e incrementando a produtividade. Objetivou-se com este estudo, avaliar a delimitação de zonas de manejo diferenciado, sua estabilidade ao longo dos anos e os reflexos de sua utilização sobre a produtividade de soja em um campo agrícola do cerrado brasileiro. Em uma área agrícola de 47 ha, localizada no cerrado brasileiro, foram geoespacializados 160 pontos amostrais, em grade regular de 50 x 50 m, nos quais se quantificou a granulometria do solo e mensurou-se a condutividade elétrica aparente do solo (CEa). O estudo foi conduzido por três safras agrícolas 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014. Na primeira safra agrícola, foram estabelecidas zonas de manejo da fertilidade do solo com base nas mensurações de CEa, atributo este que melhor classificou a produtividade desta safra. Para estabelecimento das zonas, os valores de CEa foram agrupados utilizando o algoritmo fuzzy k-means. Nas safras subsequentes, a fertilidade do solo foi manejada em função da caracterização química de cada zona. Retiraram-se, em cada zona, dez amostras simples de forma aleatória, que foram homogeneizadas originando uma amostra composta. A produtividade de soja foi mapeada em todas as safras estudadas, sendo que na primeira o manejo da fertilidade do solo foi realizado de forma convencional e nas demais, atendendo as necessidades das zonas delimitadas. Realizou-se a análise da variabilidade temporal da produtividade e classificação desta em função de sua estabilidade ao longo dos anos, considerando o coeficiente de variação de cada quadrícula (5 x 5 m) do mapa temático de distribuição espacial. A avaliação da estabilidade das zonas de manejo geradas na primeira safra foi realizada mensurando-se a CEa nas safras seguintes e comparando os novos mapas de zonas com aquele adotado no primeiro ano utilizando o coeficiente de concordância kappa. A definição de zonas de manejo com base no mapeamento da condutividade elétrica aparente do solo (CEa) foi a que apresentou maior coeficiente de concordância Kappa com a produtividade de soja da área de estudo, demostrando o potencial desta ferramenta em agricultura de precisão. A condutividade elétrica aparente do solo apresentou correlação positiva e significativa quando comparada em função dos diferentes anos de estudo. O mapa composto por duas zonas de manejo, gerado em 2012 e adotado para o manejo da fertilidade da área nas safras 2012/2013 e 2013/2014, apresentou-se estável, de acordo com o coeficiente de concordância Kappa. A utilização do coeficiente de concordância Kappa mostrou-se promissora ferramenta na análise da estabilidade temporal de classes de manejo. O manejo por classes proporcionou incremento na produtividade da soja da área. Foi constatado que 1,2% da área apresentaram produtividade instável ao longo dos três anos de avaliação (CV>30%). O manejo da fertilidade do solo utilizando zonas de manejo geradas a partir da mensuração da condutividade elétrica aparente do solo tendeu a tornar a produtividade estável na área de estudo.