Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Felício, Matheus Brum |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/23709
|
Resumo: |
As doenças cardiovasculares (DCV) representam um desafio em saúde pública no Brasil e no mundo por serem as principais causas de óbitos em indivíduos acima dos 30 anos de idade. A alimentação pode desempenhar papel protetor para as DCV por meio dos antioxidantes presentes em alimentos como frutas e hortaliças, e papel de risco em função do consumo de alimentos ricos em açúcares, sódio e gorduras como os alimentos processados e ultraprocessados. Nesse sentido, é fundamental compreender a relação entre o consumo alimentar da população brasileira e os fatores de risco cardiometabólico, a fim de se elaborar estratégias nutricionais que favoreçam a prevenção, redução do risco e/ou manejo dessas doenças. O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação da capacidade antioxidante da dieta (CATd) e do consumo de alimentos ultraprocessados com os fatores de risco cardiometabólico em adultos e idosos brasileiros. Trata-se de um estudo transversal com dados referentes ao estudo multicêntrico DICA-Br. A amostra é composta por 2355 indivíduos de ambos os sexos, com idade superior a 45 anos, provenientes da atenção secundária em cardiologia de todas as regiões brasileiras. Estes foram avaliados quanto ao consumo alimentar, por meio de dois recordatórios de 24 horas, a partir do qual, foi calculada a CATd e os alimentos classificados de acordo com seu grau de processamento. Características clínicas (triglicerídeos, colesterol total, lipoproteínas de alta e baixa densidade e glicemia de jejum), sociodemográficas (classe socioeconômica, escolaridade e idade), antropométricas (peso, estatura, índice de massa corporal e perímetro da cintura) e de estilo de vida (tabagismo e prática de atividade física) também foram avaliadas. As análises estatísticas foram conduzidas com auxílio dos softwares STATA ® 13.0 e SPSS ® 23.0. Para comparação de proporções foi utilizado o teste qui-quadrado. A análise de variância foi utilizada para comparação das médias entre os tercis de consumo de antioxidantes e de contribuição calórica de alimentos ultraprocessados. Para associações, foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson. Análise de regressão linear multivariada foi utilizada para identificar associações entre o consumo alimentar e os fatores de risco cardiometabólico. Razões de prevalência e seus intervalos de confiança robustos foram estimados por meio de regressão de Poisson multivariada ajustadas para variáveis relevantes. Foi adotado nível de significância (α) de 5%. Como resultados, a CATd esteve associada positivamente ao consumo de alimentos in natura e minimamente processados (β:0,0006; IC 95%: 0,0005 – 0,0007; p < 0,001); alimentos processados (β:0,0005; IC 95%: 0,0002 – 0,0007; p < 0,001) e ultraprocessados (β:0,0001; IC 95%: 0,0000 – 0,0002; p = 0,041) e negativamente ao consumo de lipídeos saturados (r=-0,28; p<0,001), contudo, não apresentou relação com nenhum dos fatores de risco cardiometabólicos avaliados. O consumo de alimentos ultraprocessados foi relativamente baixo (18,8% das calorias consumidas) e esteve associado a maior prevalência de perímetro da cintura elevado (RP:1,066; IC 95%:1,018 – 1,116; p=0,006) e excesso de peso (RP:1,082; IC 95%:1,001 – 1,170; p=0,047) e, menor prevalência de hipertensão arterial (RP:0,905; IC 95%:0,822 – 0,997; p=0,043) e hipertensão arterial auto referida (RP:0,951; IC 95%:0,919 – 0,983; p=0,003). Conclui-se que pelo baixo consumo de alimentos ricos em antioxidantes, a CATd não esteve associada aos fatores de risco cardiometabólico, porém, o consumo de alimentos ultraprocessados, mesmo em pequenas quantidades, está associado a importantes fatores de risco cardiovascular em indivíduos cardiopatas. |