Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Baruki, Silvia Beatriz Serra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8887
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Resumo: |
A obesidade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis como infarto, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer. Presente em idade precoce, a obesidade infantil pode persistir e aumentar a incidência de morbidade e mortalidade em adultos. As causas da obesidade envolvem uma combinação da predisposição genética com um estilo de vida caracterizado pela inatividade física e ingestão excessiva de alimentos de alta densidade energética, provocando um balanço energético positivo e conseqüentemente o ganho de peso corporal. Renda familiar, escolaridade dos pais, hábitos nutricionais inadequados e sedentarismo têm papel importante no desenvolvimento de sobrepeso e obesidade infantil. A atividade física é fator protetor contra a obesidade e sobrepeso em crianças, promove alterações na composição corporal e reduz o risco de desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estado nutricional e associação do mesmo com atividade física e fatores sócioeconômicos (renda familiar e escolaridade dos pais) em crianças de 7 a 10 anos de idade. Foram estudados 403 escolares da 1a a 4a série do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Corumbá (MS), sendo a maioria do sexo masculino e com média de idade igual a 8,8 ± 1,12 anos. Os dados foram obtidos a partir de medidas antropométricas (Índice de Massa Corporal, percentual de gordura e circunferência de cintura), clínicas (pressão arterial sistólica e diastólica) e bioquímica (glicemia capilar de jejum), e por questionários de caracterização da atividade física, dos hábitos alimentares e do nível socioeconômico. Verificou-se uma freqüência de 3% de hipertensos, 3,8% em situação limítrofe e 93,2% normotensos. Foi verificado correlação positiva da Pressão Arterial Sistólica com as medidas antropométricas, e com a atividade física. A maioria das crianças (94,4%) apresentaram glicemia normal e 5,6% glicemia de risco ( 110 mg/dL). A prevalência de risco de sobrepeso e sobrepeso foi igual a 6,2% e 6,5% respectivamente; 78,2% das crianças foram consideradas eutróficas e 9,2% estavam abaixo do peso. A prevalência de risco de sobrepeso e sobrepeso nas crianças do sexo feminino foi 39% maior do que no sexo masculino, sendo essa prevalência maior também nas famílias com melhor poder aquisitivo. Foi constatado no estudo 9,4% de crianças com percentual de gordura corporal maior do que 30%, sendo a maioria (60,5%) meninas e 39,5% meninos. A maior prevalência de percentual de gordura acima da mediana, foi observada nas crianças de famílias com maior poder aquisitivo, em ambos os sexos. Quanto à escolaridade, 58,9% dos pais tinham 7 anos de estudo. Não houve associação entre escolaridade dos pais e estado nutricional. Entre os sexos, não houve diferenças significantes quanto ao tempo dispendido nas atividades físicas, no entanto, os meninos apresentaram maior gasto energético do que as meninas em função da maior predisposição em participar de atividades mais intensas do que as meninas. Quanto à idade, as crianças mais velhas brincaram menos e gastaram mais tempo assistindo televisão e/ou videogame, do que as crianças mais novas, em ambos os sexos. Foi constatado efeito inverso entre renda e atividade física, sendo que as crianças menos ativas pertenciam às famílias de maior renda. As crianças eutróficas praticaram atividades físicas de mais intensidade do que as crianças com sobrepeso, e não houve diferença quanto à duração das atividades. Na atividade de se deslocar para a escola, constatou-se que as crianças com sobrepeso caminharam menos do que as crianças eutróficas. Nas atividades físicas sedentárias, as crianças com sobrepeso gastaram mais tempo assistindo televisão e/ou videogame do que as crianças eutróficas. De acordo com os resultados encontrados, conclui-se que menor atividade física favorece o excesso de peso, e conseqüentemente a incidência de doenças e/ou distúrbios endócrino-metabólicos, devido às associações com os parâmetros antropométricos, clínico e bioquímico observados neste estudo. As estratégias de prevenção da obesidade infantil devem enfocar primeiramente o incentivo à prática de atividades físicas regulares e a redução de hábitos sedentários. |