Experiências de formação da FETAG-RJ: educação do campo em questão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Coutinho, Janailton
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Instituições sociais e desenvolvimento; Cultura, processos sociais e conhecimento
Mestrado em Extensão Rural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4110
Resumo: Esta pesquisa buscou dar a conhecer as motivações e as dinâmicas de espaços de formação da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Rio de Janeiro – FETAG-RJ, caracterizando estratégias pedagógicas formadoras. A partir desta análise buscou-se compreender os sentidos atribuídos pelos sujeitos (profissionais da educação e lideranças sindicais) a essas experiências de formação em educação do campo vivenciadas em 2006 e 2007. E, finalmente, pretendeu-se identificar que efeitos essas formações provocaram no espaço de trabalho de ambos os grupos, ou seja, tanto no movimento sindical e no local de moradia dos trabalhadores (as) rurais quanto nas escolas, espaço privilegiado de atuação dos profissionais da educação. O problema que orientou esta pesquisa foi elaborado nos seguintes termos: Que características marcam a especificidade dos cursos de formação de profissionais da educação e de lideranças do movimento sindical realizados pela FETAG, no Estado do Rio de Janeiro, entre 2006 e 2007? Quais os sentidos são atribuídos pelos profissionais da educação e pelas lideranças sindicais aos cursos de formação dos quais participaram? Como esses participantes veem os impactos desses cursos em sua atuação cotidiana ou no trabalho que realizam? Várias foram as estratégias metodológicas de análise. Os dados que subsidiaram a sistematização e as interpretações apresentadas nesta dissertação são de várias naturezas, desde registros realizados ex ante à elaboração do projeto de mestrado, até levantamentos ex post aos encontros. Como resultados foi evidenciada uma histórica luta sindical pela educação, inicialmente rural, mas que no momento se afirma como uma luta identitária por uma educação do campo. Ao conhecer as práticas de formação organizadas pelo movimento sindical do Rio de Janeiro, pode-se perceber que os atores sociais responsáveis pelos eventos (trabalhadores rurais do movimento sindical com apoio da universidade) assumem papel de maior protagonismo em todo o processo de institucionalização de uma educação do campo. Já os profissionais da educação, no Estado do Rio, ainda não se encontravam como protagonistas no processo, mas na condição de público envolvido nos cursos de formação. Esse processo é visto pelas lideranças como uma luta voltada para conquista de direitos, cujos resultados implicariam o empoderamento do próprio movimento sindical. A motivação das lideranças da FETAG-RJ para participação em ações de formação como essas se baseia na expectativa de que estas possam vir a produzir mudanças no cotidiano de ação local das lideranças. Para a grande maioria dos educadores, as dificuldades encontradas para implementação de uma educação do campo como princípio orientador do ensino nas escolas implica embates com o poder do Estado e a superação de preconceitos existentes nas escolas. As diferenças de significado de termos como campo, rural e educação do campo para esses agentes permitem afirmar que há um enorme desafio para a institucionalização de uma educação do campo nas escolas rurais do Rio de Janeiro. Com este estudo pode-se evidenciar que os encontros/cursos foram apenas um momento de contato inicial sistemático com o tema, tanto para as professoras quanto para muitas lideranças. Por isso, os eventos provocaram algum estranhamento em ambos os grupos. Como conclusão final pode-se dizer que a busca da compreensão do significado desses espaços de formação em educação do campo, realizados pela CONTAG/FETAG-RJ, trouxe à tona a necessidade de manutenção e intensificação de políticas públicas que levem ao esclarecimento mais profundo de certos conceitos, tanto nas escolas como entre trabalhadores rurais.