Raquianestesia com ropivacaína, cetamina e dexmedetomidina – estudo da neurotoxicidade e avaliação de bloqueio motor e sensorial em coelho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ermita, Dayana Alersa Conceição Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br//handle/123456789/25763
Resumo: Com o objetivo de estabelecer um protocolo analgésico eficaz e garantir segurança na sua utilização, este estudo propôs analisar e comparar os efeitos analgésicos e neurotóxicos da administração raquidiana da associação entre a ropivacaína, cetamina e dexmedetomidina em coelhos, por meio da avaliação dos bloqueios motor e sensorial, complementados pela análise bioquímica, proteômica e dosagem de interleucina 10 (IL10) no líquido cefalorraquidiano (LCR), e da investigação histopatológica da medula espinhal. Vinte coelhos da raça Nova Zelândia, foram divididos randomicamente em cinco grupos, com “n” igual a quatro, de acordo com os fármacos que foram utilizados para a raquianestesia: grupo controle (GC), no qual administrou-se solução salina 0,9%, grupo cetamina (GCe), grupo dexmedetomidina (GD), grupo ropivacaína (GR) e grupo associação (GRCeD). O procedimento experimental foi conduzido às cegas, por três avaliadores experientes, que desconheciam qual fármaco foi administrado a cada animal avaliado. A resposta a um estímulo nociceptivo progressivo foi utilizada para avaliar o grau e duração do bloqueio sensorial. Adicionalmente, realizou-se o teste de bloqueio da nocicepção térmica por meio da latência de retirada dos membros, e resposta de reflexo cutâneo no dorso (região lombossacral), por contato com uma placa metálica de cobre, aquecida à 60oC. O bloqueio motor dos membros pélvicos foi avaliado por meio de escore qualitativo. O LCR foi coletado imediatamente antes e três dias após a raquianestesia para análise bioquímica, proteômica e dosagem de IL10. Para identificação das proteínas do LCR, utilizou-se a aquisição da espectrometria de massa por MALDI TOF/TOF após a digestão tríptica das bandas obtidas nos géis da eletroforese. A dosagem de IL10 foi executada pelo método ELISA. Após três dias, os coelhos foram submetidos à eutanásia e a medula espinhal foi colhida para análise histopatológica. Os resultados alcançados a partir das avalições dos bloqueios sensorial e motor demonstraram que associar cetamina e dexmedetomidina à ropivacaína, pela via subaracnóidea, pode potencializar a analgesia fornecida pela ropivacaína, promovendo um bloqueio mais cranial e com efeito prolongado. Este estudo demostrou que a raquianestesia com a associação de cetamina, dexmedetomidina e ropivacaína é um protocolo de analgesia multimodal eficaz para a rotina em anestesia veterinária, que proporciona potencialização da analgesia em comparação com a utilização isolada da ropivacaína, e pode ser uma escolha quando não se indica utilizar opioides. A utilização dessa associação pela via subaracnóidea é segura e não causa danos ao sistema nervoso central. Com base nos resultados obtidos nas análises do LCR e na avaliação histopatológica da medula espinhal, este protocolo não desencadeia efeitos neurotóxicos e possivelmente pode contribuir com efeitos neuroprotetores. Assim, esta associação tem sua utilização justificada não apenas pelos benefícios analgésicos que estes fármacos podem proporcionar, mas também, pela segurança na sua aplicabilidade.