Avaliação da quebra técnica e qualidade do milho a granel, em função da temperatura de secagem e do tempo de armazenamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Campos, Marilson Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9425
Resumo: Durante o armazenamento de grãos de cereais em ambiente natural, pode ocorrer perda de peso resultante da secagem natural, da quebra técnica e da infestação de pragas. As unidades armazenadoras do Brasil adotaram descontos devido à secagem natural e quebra técnica de até 0,3% da massa armazenada, ao mês, independentemente de tipo, características físicas, grau de infestação e condições climáticas locais. A Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, como órgão normativo federal, propôs nova sistemática, adotando, a partir de 1o.07.92, o pagamento de uma SOBRETAXA, além das tarifas de armazenagem. Mediante o recebimento dessa sobretaxa (0,15% sobre o preço de mercado do produto armazenado por quinzena-calendário), o armazenador se obriga a indenizar ao depositante perdas de qualquer natureza, inclusive quebras técnica e de umidade. Não existem dúvidas de que ocorrem significativas perdas de peso durante o armazenamento de grãos. Entretanto, percebe-se uma lacuna a ser preenchida por pesquisas científicas, objetivando a identificação e quantificação dessas perdas, principalmente ao se considerar a extensão continental do Brasil, com regiões de climas diferenciados, bem como a diversidade da rede armazenadora brasileira. Diante disso, o presente trabalho teve por objetivos quantificar, em uma unidade armazenadora representativa da rede oficial, o índice de quebra técnica; e analisar a qualidade comercial do milho a granel, considerando-se a temperatura de secagem e o tempo de armazenagem. O experimento foi realizado em escala comercial na unidade armazenadora da CONAB, em Rio Verde, GO, durante o período de março a outubro de 2001. No início de abril, houve o recebimento de 795 toneladas de milho a granel, híbrido Pioneer 30F80, para limpeza, secagem e armazenagem. Após limpeza e secagem de sete cargas do secador, com temperaturas no ar de secagem de 80, 100 e 120 oC, o milho foi novamente pesado antes de ser colocado em três silos metálicos para armazenamento durante 180 dias. Como testemunha, amostras foram coletadas por ocasião do enchimento de cada carga do secador e, após a secagem natural (ar ambiente), também foram armazenadas a granel no mesmo período. Amostragens foram realizadas aos 1, 60, 120 e 180 dias. Para avaliação da qualidade do milho, foram conduzidas as seguintes análises: de umidade, massa específica, classificação oficial, nível de concentração de CO 2 , suscetibilidade a quebras e avaliação de trincas internas, teste-padrão de germinação, atividade de água, aflatoxinas, zearalenona e fumonisina B 1 . Após análise dos resultados, pôde-se concluir que: a) a quantidade de milho obtido por pesagens realizadas após a secagem foi superior à estimada após a aplicação dos descontos, conforme normas vigentes; b) aumentando a temperatura do ar de secagem, obteve-se maior perda de peso do milho destinado à armazenagem; c) o milho secado a 80 oC apresentou menor perda de peso após 180 dias de armazenagem do que o secado a 100 e 120 oC; d) a quantidade total de perda de peso apurada após 180 dias de armazenagem foi equivalente a 2,03% do total armazenado; e) a perda de peso devido à secagem natural foi superior à decorrente da quebra técnica; e f) ocorreram efeitos significativos da temperatura do ar de secagem sobre a quebra técnica e a qualidade do milho armazenado a granel.