Histomorfometria testicular e ciclo do epitélio seminífero nos roedores silvestres Oxymycterus rufus e Oxymycterus nasutus (Rodentia: Cricetidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Morais, Ana Carolina Torre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Doutorado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/278
Resumo: Os roedores constituem a ordem mais diversificada dos mamíferos e apresentam ampla distribuição mundial sendo encontrados em todos os habitats, desde a tundra ártica aos desertos. Porém, pouco se sabe ainda sobre a reprodução de espécies silvestres, o que justifica a realização deste estudo, visto que roedores, assim como outros mamíferos são peças importantes na dinâmica das florestas nas quais habitam. Assim, objetivou-se descrever o testículo e o processo espermatogênico dos roedores silvestres Oxymycterus rufus e Oxymycterus nasutus, visando a fornecer informações relevantes sobre a atividade testicular destas espécies. Cinco espécimes de O. rufus foram coletados em fragmento de Mata Atlântica em Minas Gerais, e 10 exemplares de O. nasutus no bioma Pampa, no Rio Grande do Sul, sendo todos os exemplares machos e sexualmente maduros. A eutanásia foi realizada por meio de superdosagem anestésica e os fragmentos testiculares foram coletados, fixados e processados rotineiramente, sendo destinados às análises em microscopia de luz e eletrônica de transmissão. O peso corporal de O. rufus e O. nasutus foi, respectivamente, 82,28 e 58,30 g, sendo que 0,47 e 0,89 % destes foram alocados em testículos, 0,40 e 0,82 % em túbulos seminíferos e 0,35 e 0,56 % alocados em epitélio seminífero. O comprimento dos túbulos foi de 34,93 e 18,62 metros por grama de testículo, respectivamente. Os estádios do ciclo do epitélio seminífero seguiram o padrão descrito para outros roedores silvestres. A duração do ciclo do epitélio seminífero foi determinada em O. rufus, sendo cada ciclo do epitélio seminífero correspondente a 6,58 dias enquanto todo o processo espermatogênico teve duração de 29,61 dias. O número de células de Sertoli por grama de testículo foi de 232,40 x10 6 em O. rufus e 91,02 x10 6 em O. nasutus e a reserva espermática por grama de testículo foi em média 962 x10 6 e 849,64 x10 6 espermátides, respectivamente. O compartimento intertubular ocupou 9,09 e 4,81 % dos testículos de O. rufus e O. nasutus, respectivamente. A organização dos componentes do compartimento intertubular corresponde ao padrão tipo I descrito por Fawcett. As células de Leydig foram o elemento mais abundante no compartimento intertubular totalizando 117,23 x10 6 e 40,77 x10 6 células por grama de testículo em O. rufus e O. nasutus, respectivamente. O índice ixLeydigossomático foi 0,018 e 0,019 % em O. rufus e O. nasutus, respectivamente. Conclui-se que O. rufus e O. nasutus apresentam alta eficiência do processo espermatogênico, com elevada proporção de túbulos seminíferos no parênquima testicular, grande quantidade de células de Sertoli por grama de testículo e elevada reserva espermática testicular, demonstrando assim alto investimento energético no compartimento tubular e, consequentemente, na produção de espermatozoides. Esse padrão é compatível com animais que apresentam sistema de acasalamento promíscuo.