Fatores que interferem na produção de bovicina HC5 e obtenção de mutantes não produtores de bacteriocina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Carvalho, Ana Andréa Teixeira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Associações micorrízicas; Bactérias láticas e probióticos; Biologia molecular de fungos de interesse
Doutorado em Microbiologia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1546
Resumo: Neste trabalho objetivou-se analisar os fatores que interferem na produção de bovicina HC5 por Streptococcus bovis HC5 e obter mutantes não produtores de bacteriocina. S. bovis HC5 cresceu e produziu bovicina HC5 utilizando várias fontes de carbono e nitrogênio. A maior atividade específica de bovicina HC5 (AU ml-1 mg de massa seca celular-1) foi obtida em meio contendo glicose na concentração de 16 g l-1, quando S. bovis HC5 atingiu a fase estacionária de crescimento. A atividade específica de bovicina HC5 e a produção de biomassa aumentaram aproximadamente 3 vezes quando 0,5 g l-1 de extrato de levedura e 1,0 g l-1 de Trypticase® foram adicionados ao meio de cultura. S. bovis HC5 também foi capaz de produzir bacteriocina em meio contendo soro de leite e em caldo de cana como fonte de carbono. O crescimento de S. bovis HC5 foi observado em meio basal, tanto em aerobiose quanto em anaerobiose, mas a produção de bacteriocina foi sempre maior em condições anóxicas. S. bovis apresentou maior taxa de crescimento e rendimento de biomassa quando cultivado em pH 7,0 e à temperatura de 45°C. Entretanto, a produção de bacteriocina foi maior em pH 6,5 e em temperaturas na faixa de 30°C a 39°C. Quando o pH da cultura foi mantido constante durante o crescimento de S. bovis HC5, a produção de bacteriocina foi inversamente proporcional à produção de lactato, ao consumo de glicose e ao aumento do pH. Experimentos com cultura contínua com taxa de diluição variando de 0,07 h-1 a 1,20 h-1, sem controle de pH, resultaram em fermentação homoláctica e maior produção de bovicina HC5 em taxas de diluição menores. Nesta condição, embora a glicose nunca tenha sido completamente utilizada, observou-se decréscimo no pH da cultura para aproximadamente 5,0. Quando o pH foi mantido em 7,5, fermentação ácido-mista foi observada em taxas de diluição abaixo de 1,20 h-1. A produção de bacteriocina foi maior em taxas de diluição maiores, mas os níveis detectados foram pelo menos 10 vezes menores quando comparado com a condição em que o pH não foi controlado. Nesta condição, glicose residual só foi detectada no fermentador quando a taxa de diluição foi maior que 0,60 h-1. Os resultados obtidos indicam que a produção de bovicina HC5 não está relacionada com o crescimento de S. bovis HC5, e pode variar com o pH extracelular e a taxa de crescimento. S. bovis HC5 foi transferido por 40 vezes em meio basal e a produção de bovicina HC5 mostrou ser um fenótipo estável. Nenhum plasmídeo foi detectado no genoma de S. bovis HC5, indicando que os genes relacionados com a produção de bovicina HC5 podem estar localizados no cromossomo. Trinta mutantes com capacidade reduzida de produzir bovicina HC5 foram obtidos. A presença do vetor utilizado para mutagênese insercional no genoma de alguns mutantes foi confirmada por técnicas moleculares e esses mutantes poderão ser utilizados para a caracterização dos determinantes genéticos envolvidos na síntese de bovicina HC5.