Hymenoptera Symphyta de Viçosa, Minas Gerais e bioecologia de Haplostegus nigricrus (Hymenoptera: Pergidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Pereira, Alexandre Igor de Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Mestrado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3873
Resumo: A composição dos Symphyta nativos de mata secundária de Viçosa, estado de Minas Gerais, Brasil, a comparação entre diferentes métodos de amostragem desses Hymenoptera, o registro da goiabeira, Psidium guajava (Myrtaceae), como planta hospedeira do Symphyta Neotropical Haplostegus nigricrus Conde (Hymenoptera: Pergidae) e os aspectos ecológicos e biológicos desse Symphyta foram estudados. Trezentos e sessenta e três adultos de Symphyta referentes a quatro famílias, 12 subfamílias, 17 gêneros e 50 espécies foram capturados. A família Argidae foi a mais abundante com 66,68% das coletas seguida por Pergidae (32,56%), Tenthredinidae (3,54%) e Cimbicidae (0,85%). O número total de adultos de Symphyta apresentou correlação positiva com a temperatura e a precipitação pluviométrica locais. Nenhum adulto desse grupo foi capturado nos meses mais frios (junho, julho e agosto) e, nos demais meses, esse número variou de um a até 89 adultos. A varredura de vegetação foi mais eficiente para capturar Symphyta adultos (n= 156) que armadilhas Malaise (n= 35) e Moericke (n= 08). Adultos de H. nigricrus foram coletados em mata nativa e mantidos em plantas de goiabeira para obtenção de posturas e larvas neonatas que foram criadas com folhas frescas de P. guajava no campo. As fases adulta e larval de H. nigricrus dependem de folhas de goiabeira para depositar seus ovos e se alimentar, respectivamente. Larvas desse inseto possuem coloração e hábito aposemático por agregação e dependem desse comportamento para sobreviverem. A fase larval de H. nigricrus apresentou maior número de inimigos naturais e a de pupa menor viabilidade em laboratório, sendo bivoltino, e com forte correlação com a temperatura e precipitação. A principal estratégia de defesa das larvas de H. nigricrus parece ser a regurgitação e exposição pela boca de compostos tóxicos, pois os percevejos predadores Podisus nigrispinus, Supputius cincticeps e Brontocoris tabidus (Heteroptera: Pentatomidae) morreram até 24 horas após contato direto com esse inseto. Apenas B. tabidus alcançou a fase adulta com larvas de H. nigricrus, o que sugere maior tolerância e habilidade de desintoxicação dos compostos químicos desse Symphyta. A amostragem da comunidade de Symphyta mostra a necessidade de identificação de novas espécies e registro de seus hospedeiros e também ressalta a importância de se estabelecer ações para a preservação das áreas de mata, em Viçosa, que se encontram em processo de degradação antrópica. Apesar de ser um herbívoro nativo, H. nigricrus não apresenta agentes de mortalidade natural capazes de reduzir, drasticamente, sua população e, além disso, possui alta viabilidade na fase de ovo, alto sincronismo com os fatores abióticos e mecanismos de defesa eficientes contra predadores. Essas características podem favorecer a adaptação desse herbívoro a outras Myrtaceae nativas e exóticas de importância econômica, principalmente, devido às pressões exercidas pelos monocultivos e fragmentação de seus habitats.