Análise econômica da produção da amêndoa de cumaru e caracterização do seu mercado em Santarém e Alenquer, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rêgo, Lyvia Julienne Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Mestrado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3161
Resumo: O extrativismo e a comercialização dos produtos florestais não madeireiros, como da amêndoa de cumaru, contribuem como fonte de renda para muitas famílias da região norte do Brasil, especialmente no estado do Pará, porém são necessários estudos que comprovem se o mercado é favorável para que se possa investir nesse produto e se é viável economicamente extraí-lo em algum tipo de sistema de produção. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar economicamente a produção da amêndoa de cumaru em sistemas agroflorestais (SAFs) e sua comercialização no município de Alenquer e Santarém no estado do Pará. A caracterização da comercialização baseou-se em informações coletadas por meio de entrevistas junto aos agentes mercantis e consumidores. Enquanto que, a análise econômica dos dois SAFs do cumaru em consórcio com a mandioca baseou-se em critérios econômicos de projetos florestais, a partir de um fluxo de caixa com os custos e receitas para dois horizontes de planejamento (dez e vinte anos), sendo que o de maior retorno econômico foi considerado o melhor. Além disso, analisou-se a sensibilidade a fim de verificar a influência dos preços da mão de obra, do quilo da amêndoa, do quilo da farinha de mandioca e da taxa de juros no valor presente líquido (VPL). Os resultados indicaram que a comercialização da amêndoa de cumaru é exercida há muitos anos nessa região, praticada na maioria por homens, predominando a idade média superior a trinta e cinco anos, escolaridade de baixa à alta, capaz de empregar até 10 funcionários por estabelecimento. Comprar amêndoas de boa qualidade foi a principal dificuldade mencionada pelos agentes mercantis. O cumaru foi vendido frequentemente pelos feirantes e varejista. Como destino citaram Santarém, Belém, São Paulo, Japão, EUA e países da Europa. Entre os consumidores prevaleceu o gênero feminino, idade superior a cinquenta anos, ensino médio completo, baixa renda e residência na área urbana, que optaram pela amêndoa in natura principalmente para curar enfermidades e estão dispostos a pagar mais por ela, se colhida de forma sustentável. Os SAFs analisados são economicamente viáveis e xii remuneraram o valor da mão de obra familiar diária. O custo com as atividades de beneficiar foi o mais elevado. A receita obtida da mandioca, amortizou os custos de implantação do sistema. Após a saída da mandioca, a extração da amêndoa de cumaru proporcionou grandes retornos econômicos. O SAF A com menor espaçamento mostrou-se mais atrativo com benefício periódico equivalente de R$ 4.557,91.ha-1 no decorrer de 20 anos. O VPL foi mais sensível ás variações do preço da farinha e da amêndoa. Concluiu-se que a comercialização da amêndoa de cumaru contribui como fonte de renda aos comerciantes e seu uso tem a preferência dos consumidores. Assim, os SAFs são uma forma de produção rentável ao produtor no estado do Pará. E, para colher esse produto torna-se importante o incentivo governamental, afim de alavancar o comércio e o cultivo sustentável desse produto e, consequentemente, desenvolver a economia da região.