Alterações morfoanatômicas e fisiológicas nas folhas e nectários extraflorais de Cedrela fissilis Vell. (Meliaceae) em resposta à chuva ácida simulada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rezende, Franklin Patrocínio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28972
Resumo: A chuva ácida é um problema ambiental de escala Global. Este fenômeno promove alterações florísticas e é um dos problemas associados à degradação de florestas tropicais. A Mata Atlântica brasileira é um dos mais ricos hotspots de biodiversidade do mundo e a mesma está sujeita ao impacto da chuva ácida. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi investigar as alterações morfoanatômicas e fisiológicas de Cedrela fissilis à chuva ácida simulada. Essa espécie possui nectários extraflorais nas folhas que são de extrema importância nas relações planta-inseto. Mudas de C. fissilis foram expostas à chuva ácida simulada durante 19 dias consecutivos em casa de vegetação. A solução ácida foi preparada utilizando-se solução estoque de ácido sulfúrico 1N diluído em água destilada, até se obter pH 3,0. O controle foi realizado utilizando-se água destilada. Foram aplicados 50 ml de solução em casa planta diariamente utilizando-se borrifadores manuais. Os efeitos visuais foram avaliados em folhas; os anatômicos, micromorfológicos e histoquímicos foram avaliados em folhas e nectários extraflorais. Foram avaliados, também, trocas gasosas, teor de pigmentos e atividade de enzimas do sistema antioxidativo dessas plantas. O tratamento induziu menos de 30% de dano visual, caracterizado por pequenos pontos necróticos na lâmina foliar. Os sintomas anatômicos e micromorfológicos consistiram em alterações no formato das células epidérmicas, rompimento das mesmas, hipertrofia celular, rompimento e alteração no padrão de divisões das células do mesofilo. Em testes histoquímicos, C. fissilis apresentou acúmulo de compostos fenólicos na epiderme abaxial em ambos os tratamentos, e maior acúmulo na face adaxial das plantas expostas à chuva ácida. Maior acúmulo de carboidratos também foi observado na epiderme da face adaxial das folhas do tratamento. Os nectários extraflorais apresentaram flacidez e rompimento de células da epiderme secretora e retração de protoplasto no parênquima nectarífero. Houve reação positiva para carboidratos e compostos fenólicos em todo o nectário nos testes histoquímicos. A chuva ácida induziu aumento significativo nas taxas de transpiração (E) e redução na eficiência no uso da água (EUA) e na eficiência de carboxilação da Rubisco nas plantas do tratamento. O teor de clorofila B foi menor nas plantas do tratamento, enquanto o de carotenoides aumentou nas mesmas. A atividade da superóxido dismutase (SOD) aumentou nas plantas do tratamento com chuva ácida, enquanto houve redução da atividade da catalase (CAT). Esses resultados indicam que C. fissilis possui diferentes estratégias na neutralização do estresse causado pela chuva ácida, como defesas antioxidativas enzimáticas e não enzimáticas. Dessa forma, C. fissilis apresentou diferentes graus de dano nas diferentes variáveis analisadas. Palavras-chave: Bioindicadores. Poluição atmosférica. Estruturas secretoras. Alterações anatômicas. Alterações fisiológicas.