Filogeografia molecular de Cedrela fissilis Vell. e C. odorata L. (Meliaceae) no Brasil e Bolívia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Garcia, Magali Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética animal; Genética molecular e de microrganismos; Genética quantitativa; Genética vegetal; Me
Doutorado em Genética e Melhoramento
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1402
Resumo: Embora seja detentora de uma ampla biodiversidade, a flora neotropical tem sido pouco investigada. A perda do patrimônio genético ainda se torna mais grave pelo desconhecimento que temos da abrangência deste patrimônio e do seu valor atual ou potencial. Os fatores que determinam os padrões de distribuição das espécies sobre a superfície terrestre ainda não são totalmente entendidos. Da mesma forma, desconhecemos as normas que regem a distribuição da diversidade dentro de espécies. Abordagens filogenéticas e filogeográficas com base em dados moleculares são ferramentas poderosas para refinar hipóteses biogeográficas que visam explicar as distribuições contemporâneas de populações. No presente estudo, foram utilizadas ferramentas de filogeografia molecular para explorar a história evolutiva das florestas estacionais por meio de uma perspectiva proveniente da espécie Cedrela fissilis e de espécies relacionadas, utilizando análise de dados de sequências de DNA dos genomas cloroplastídico e nuclear. Os resultados mostraram que a coesão esperada entre as cópias de rDNA repetidas em tandem foi interrompida e a evolução em concerto permaneceu incompleta, resultando no elevado polimorfismo intraindividual observado em C. fissilis. Dessa forma, múltiplos parálogos funcionais para a região de ITS coexistem dentro do genoma da maior parte dos espécimes analisados. As análises Bayesianas não sustentaram a monofilia de C. fissilis. As sequências nucleotídicas de Cedrela fissilis e Cedrela odorata apresentaram alta similaridade e foram agrupadas em uma única rede de haplótipos, sendo que esse agrupamento parece ter-se dado em função da distribuição geográfica. Os resultados sugerem que as populações atuais de C. fissilis e C. odorata são descendentes de pelo menos duas linhagens ancestrais distintas. A estrutura filogeográfica mostrou uma distribuição desigual da diversidade genética, uma separação evidente e altos níveis de diferenciação genética entre as regiões do Atlântico e de Chiquitano. As populações do Atlântico apresentam níveis de diversidade genética mais elevados do que a região de Chiquitano, sugerindo que a região do Atlântico possa ser o centro de diversidade para a espécie no Brasil. Episódios de isolamento genético associados a eventos de dispersão moldaram a história evolutiva de C. fissilis e C. odorata. Eventos de expansão recente entre as Regiões do Atlântico e de Chiquitano reconectaram essas regiões e têm favorecido o estabelecimento de zonas de contato secundário entre as populações nas florestas do interior do Paraná-Paraíba (ecorregião NT0150), nas florestas secas de Chiquitano (ecorregião NT0212) e nas florestas secas do Atlântico (ecorregião NT0202).