Descrição morfológica e da trajetória tridimensional dos cascos de equinos da raça Mangalarga Marchador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Thayne de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/20705
Resumo: A pesquisa teve como objetivos descrever a morfologia dos cascos dos membros torácicos e pélvicos de equinos da raça Mangalarga Marchador. Adicionalmente, descrever a trajetória (deslocamento vertical, longitudinal e transversal), alinhamento e comportamento do movimento dos cascos nesses animais, durante o andamento marcha batida (MB) e picada (MP), na velocidade curta e média (marcha reunida e marcha média). Foram utilizados 28 equinos pertencentes a diversos criatórios do Brasil, que participaram da Exposição Nacional dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, sendo divididos em quatro grupos: sete fêmeas de marcha batida, sete fêmeas de marcha picada, sete machos de marcha batida e sete machos de marcha picada. Para descrição morfológica do casco foram mensurados comprimento da parede dorsal (CP), altura dos talões medial (ATM) e lateral (ATL), e o ângulo (ANG) dos cascos. Para o estudo cinemático, foi utilizado um marcador retroreflexivo, de 1,5 cm de diâmetro, colocado na região dorsoproximal da muralha dos quatro cascos. As coordenadas tridimensionais (3D) deste marcador no andamento marcha batida e picada foram obtidas utilizando um sistema optoeletronico (Sistema Optitrack®, Natural Point, Corvallis, Oregon, USA – modelo PRIME 17 w), utilizando 18 câmeras posicionadas ao longo de um percurso de 16 m. As coordenadas 3D foram plotadas em função do tempo e nos planos dorsal, sagital e transverso para análise do padrão do movimento por meio do programa Visual 3D® (Visual3D v6 Professional, C-Motion, Inc., Century Blvd, Germantown – USA). Membros torácicos e pélvicos foram analisados separadamente. Primeiramente foi verificada a simetria entre os antímeros, e depois de verificada a normalidade, os efeitos de sexo e tipo de marcha na descrição morfológica do casco foram estudados por meio da análise de variância (ANOVA de duas vias). Para observar a influencia do CF na morfologia do casco foi usada análise de regressão linear, relacionando a data do último CF com os valores encontrados para CP, ATM, ATL e ANG. Os dados referentes à avaliação cinemática foram analisados de forma descritiva (média, desvios padrão e porcentagem) e inferencial.Também foi verificada simetria entre antímeros e normalidade dos dados, que não foi encontrada para o deslocamento transversal, então para verificar os efeitos de sexo, marcha e velocidade foi utilizada o teste não paramétrico Wilcoxon. Para os deslocamentos longitudinal e vertical o teste utilizado foi ANOVA. O valor de significância foi de 5%. As médias de CP, ATM, ATL e ANG foram 94,50±8,25 mm, 41,41±4,84 mm, 41,00±4,36 mm e 47,76±2,88 graus, respectivamente. O CP sofreu efeito da marcha (maior na batida), enquanto ATM e ATL variaram com a marcha e sexo (machos de marcha batida) nos membros torácicos, e apenas a sexo (machos) nos membros pélvicos. O ANG não sofreu variação da marcha e do sexo. A velocidade executada na marcha reunida e na marcha média varia de 11,05 a 11,49 km/h e 12,77 a 13,71 km/h, respectivamente. Apenas dois animais de MP apresentaram completo alinhamento dos cascos. Fêmeas de MB apresentaram 71,43% de desalinhamento. Os membros torácicos e pélvicos se comportaram de forma semelhante, sendo que no deslocamento vertical houve efeito de marcha, que foi maior na batida. Também houve efeito da marcha no movimento longitudinal, sendo maior na marcha batida, e efeito de velocidade, que foi maior na marcha média (velocidade média). Movimentos transversais apesar de irregulares não sofreram efeitos. O gesto ideal foi encontrado em maior número no grupo das fêmeas de MB na marcha média (71,43%). No membro pélvico foram encontrados dois tipos de movimento trasnversais, um descrevendo um arco externo e outro um arco interno (16,07% dos animais). A data do último CF tem relação inversa com a altura dos talões. Cascos de equinos Mangalarga Marchador apresentam variação de CP, ATM e ATL. O movimento transversal existe, apesar de não ser descrito no padrão da marcha. Os achados da presente pesquisa irão colaborar com o maior conhecimento do funcionamento do sistema locomotor de equinos, servirão de base para estudos futuros e contribuirão para o entendimento do padrão da marcha realizada pela raça Mangalarga Marchador.