Educação e alocação ocupacional no Brasil: uma análise dos efeitos do descasamento entre a formação profissional e o posto de trabalho sobre os salários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Vieira, Rhayana Holz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6243
Resumo: A escolaridade desempenha um papel primordial para explicar os rendimentos auferidos no mercado de trabalho, bem como os diferentes rendimentos evidenciados entre trabalhadores. No entanto, com a expansão do nível médio de escolaridade dos trabalhadores dos Estados Unidos, outros fatores foram importantes para explicar os rendimentos destes trabalhadores. Tais fatores são associados à ocupação do trabalhador, no sentido que evidenciou que muitos possuíam maior nível educacional do que a ocupação exigia. Essa constatação fez surgir as análises voltadas para os sobre-educados, os subeducados e os compatíveis na relação escolaridade/ocupação, abrangendo a literatura denominada incompatibilidade vertical. À medida que os estudos internacionais voltados para essa temática avançaram, foi evidenciado que a sobre-educação é um fator que traz penalidades aos rendimentos dos indivíduos no mercado de trabalho quando estes são comparados aos trabalhadores que possuem a escolaridade compatível com a exigida pela ocupação. No entanto, novas possibilidades de descasamentos ou incompatibilidade surgiram, uma vez que o profissional ainda poderia está compatível para a ocupação, contudo, fosse incompatível com o tipo de área exigido para aquela ocupação. Essa dinâmica e percepção fez com que houvesse uma discussão em torno da incompatibilidade horizontal, em que avalia o tipo de formação e a área da ocupação. As avaliações internacionais sugeriram que os reflexos nos rendimentos quando atua-se em desvio de área varia de acordo com a área analisada. Mediante ao exposto, o presente trabalho buscou avaliar os reflexos nos rendimentos verificados no mercado de trabalho brasileiro mediante a sobre-educação e também ao desvio de área, buscando colaborar para a temática ainda tão escassa no Brasil. Para tanto, selecionou-se cinco grupos de profissionais graduados: médicos, engenheiros civis e de construção, engenheiros mecânicos e metalúrgicos, bacharéis em direito e economistas. Assim, utilizando os dados do Censo Demográfico de 2010 e a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) foi possível construir dois grupos de variáveis, uma relativa aos sobre-educados e outra relativa aos que estão em desvio de área. Como são avaliadas cinco profissões foi necessário associar cada profissão aos dois tipos de descasamento. Através da modelagem de regressão quantílica, em que possibilita a análise mais detalhada dos efeitos da sobre-educação e do desvio de área ao longo da distribuição de rendimentos, identificou-se que para todas as profissões ser sobre-educado resulta em perda salarial quando compara-se com indivíduos que são compatíveis na ocupação. Analisando os indivíduos que estão em desvio de área, percebe-se que para a maioria dos profissionais existe uma perda salarial associada a esta situação, no entanto, para os engenheiros civis e de construção e os economistas verificou-se o oposto, na medida que em alguns quantis o desvio de área traz prêmios salariais.