Solos e Monitoramento Pedoclimático em Alta Montanha Andina, Cordilheira Real, Bolívia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Senra, Eduardo Osório
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/33819
Resumo: A porção central da Cordilheira dos Andes possui uma intricada conjuntura de aspectos físicos e climáticos que emolduram um mosaico de ecossistemas únicos. Ecossistemas de alta montanha, localizados em zona tropical, estão sob um gradiente climático frágil, com alta vulnerabilidade ambiental, principalmente em cenários de mudanças climáticas. Esse trabalho teve como objetivo o estudo pedológico e pedoclimático dos ecossistemas ao longo de um transecto leste- oeste, transversalmente ao eixo da Cordilheira Real, na Bolívia. O primeiro artigo discorre sobre os processos pedológicos, correlacionando os atributos químicos, físicos, mineralógicos e cronológicos, descritos em 18 perfis de solo ao longo do transecto. O segundo e terceiro artigo abordam as características micromorfológicas dos componentes minerais e orgânicos respectivamente. O quarto e quinto artigo analisam o comportamento pedoclimático (umidade e temperatura) dos solos de altamontanha. No quarto artigo foi feito um comparativo entre o comportamento pedoclimático de um solo localizado na Cordilheira Branca, no Peru, e outro solo na Cordilheira Real, Bolívia, ambos localizados a 4800m de altitude. O quinto artigo faz um estudo mais pormenorizado do gradiente térmico em todo o transecto leste-oeste da Cordilheira Real, com o monitoramento de 2 pontos (3800 m e 4600 m) no flanco leste, 1 ponto no interflúvio (5020 m) e 2 pontos (47/50 m e 4600 m) no flanco oeste. O flanco oeste, porção mais seca, é colonizado por vegetação esparsa de puna seca e representa o altiplano boliviano. No flanco leste da cordilheira sob forte influencia das massas úmidas provenientes do domínio amazônico condiciona ecossistemas mais úmidos nessa vertente. No interflúvio, acima de 4800 m, ocorrem as zonas periglaciais. Em função desse gradiente climático, incremento da temperatura e umidade na direção leste (porção amazônica), hã maior mineralização da matéria orgânica, menor espessura dos horizontes orgânicos superficiais e assembléia mineralógica da fração argila mais diversificada. A datação do material orgânico enterrado em ambos os flancos é correlata ao Ultimo Máximo Glacial (6MA), e sugere uma maior extensão das turveiras de topo sob condições amenas no passado. O monitoramento pedoclimático não detectou ocorrência de permafrost até a cota científica (5020m), evidenciando a manipulação de condições periglaciais nas condições climáticas atuais.