Pedogênese e pedoarqueologia no transecto da Cordilheira dos Andes Peruanos até as Terras Baixas da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ismínio, Demetrio Angelo Lama
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/33817
Resumo: Os estudos científicos dos solos concentram-se em três grandes ambientes fisiográficos no Perú: Cordilheira Andina, Faixa Subandina e Peneplanície Amazônica. A tese foi estruturada em dois capítulos, no Capítulo 1 propõe aprofundar o conhecimento dos solos ao longo de uma topolitosequência desde a Cordilheira Oriental Andina de Cusco até as terras baixas da Amazônia em Madre de Dios, no Perú, a partir das suas propriedades morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas, classificadas de acordo com sistema Soil Taxonomy e WRB/FÃO. No Capítulo 2 o estudo concentra-se nos terraços pré-hispânicos localizados nas províncias altas “Altiplanicie” de Cusco, amplamente dominados pela atividade agrícola, que tem como objetivo Investigar as propriedades morfológicas, físicas, químicas, mineralógicas e datação por radiocarbono (ºC). No Capítulo 3, o estudo foi realizado no Vale Sagrado dos Incas, em Cusco, dominado pela atividade agrícola desde a ocupação do Imperio Inca, que tem como objetivo Investigar as propriedades físicas, químicas e mineralógicas dos solos. Para todos os Capítulos foram abertas trincheiras e as amostras foram submetidas a análises físico-químicas de rotina, difração de raios-x, dissolução seletiva de ditionito-citrato-bicarbonato, oxalato de amônio e pirofosfato de sódio. No capítulo 1, os solos associados aos sedimentos aluviais antigos da Peneplanicie Amazônica, apresentaram maior desenvolvimento pedogenético, onde a mineralogia da fração argila foi constituída principalmente por caulinita. Ainda nesta região registrou-se o predomínio de formas cristalinas de óxidos de Fe e Al, em forte contraste com os solos da Faixa subandina e Cordilheira Oriental. Por outro lado, maiores acúmulos de carbono orgânico foram encontrados nas partes mais elevadas da Cordilheira, justificado pela altitude. Os solos foram classificados de acordo com a Soil Taxonomy como Entisols, Inceptisols e Ultisols. De acordo a WRB/FÃAO, estes foram classificadas como Gleysols, Umbrisols, Acrisols, Fluvisols e Regosols. No capítulo 2 os horizontes antrópicos encontradas nos terraços agrícolas com influência antrópica marcante, variaram de 20 a 140 cm de espessura, com maiores teores de P comparado com os solos sem influência antrópica marcante. Os valores de P disponível e total atingiram até 1717 e 6724,59 mg kg”!, indicando que o prolongado cultivo de solos com adições de adubos orgânicos favorece a sua disponibilidade, além da sua lixiviação. A data de radiocarbono do carvão, indica uma idade de 4110 +/- 30 BP, sugerindo que seu uso está associado ao período Pré-ceramico. Por outro lado, a mineralogia da fração argila é constituída principalmente por minerais tipo 2:1, com presença de hematita na região do semiárido localizado nas posições mais baixas de altitude, incluindo presença de formas cristalinas de óxidos de Fe como a hematita. Na atualidade, muitos desses terraços encontram- se abandonados com baixa disponibilidade de fósforo, devido a conquista pelos espanhóis, que marcaram um período de ruptura na construção desses terraços, além da continua migração da população das áreas rurais para as cidades do litoral peruano e amazônica, em busca de melhores oportunidades de trabalho. De acordo com a WRB/FAO, estes terraços são classificados como “Anthrosols”, com horizonte A Térrico, além de Kastanozems, Phaeozems, e Regosols com características antrópicas (Horizonte A terrico). No entanto, estes solos não se enquadram de forma satisfatória ao sistema Soil Taxonomy. No Capítulo 3, os solos encontram- se intensamente cultivados, principalmente com milho, encontrando-se sistemas de terraços ao redor do vale do rio urubamba. Os horizonts antrópicos encontradas variam de 20 a 100 cm de espessura. Esses horizontes apresesentam altos teores de P, comparado com o solo sem influência antrópica, indicando um prolongado cultivo desses solos com adições de adubos orgânicos, favorecendo a sua disponibilidade. De modo geral, estes solos apresentam saturação por bases acima de 50% em todos os horizontes, sem presença de carbonatos, principalmente os solos originados de depósitos aluviais advindas das partes das montanhas da Cordilheira de Urubamba. A mineralogia da fração argila de todos os solos, esta composta por filosilicatos 2:1. As analisis da de FRX da fração areia indican discontunidades litológicas como observadas no P02 e P04, principalmente no P03, indicando que esse terraço foi construído de um material diferente ao material original. A agricultura moderna que vem sendo desenvolvida atualmente, vem favorecendo o aumento de fósforo disponível nos solos, mãos os níveis de carbono orgânico são baicos, indicando o uso de fertilizantes químicos. De acordo com a WRB/FAO, estes solos são classificados como “Anthrosols”, com horizonte A Térrico, além de Regosols com características antrópicas. Palavras-chave: Cordilheira dos Andes. Amazônia. Processos pedogenéticos. Terraços Pré- Hispanicos. Solos antrópicos.