Pistia stratiotes e Eichhornia crassipes como remediadoras de ecossistemas aquáticos com resíduos de atrazine e diuron

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Naiane Maria Corrêa dos
Orientador(a): Santos, José Barbosa dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br/items/cc4961d2-f89d-4c8c-a363-f68e364c904c
Resumo: A fitorremediação, apesar de ser ainda incipiente em regiões tropicais, onde as temperaturas mais elevadas tendem a aumentar a solubilidade dos herbicidas em corpos d’água e a favorecer a contaminação de organismos não-alvo, pode reverter ou minimizar os impactos ocasionados por herbicidas em ecossistemas aquáticos. O objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento, a fisiologia e anatomia foliar de Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes expostas ao atrazine e diuron, identificando suas potencialidades para fitorremediar e indicar ambientes aquáticos contaminados com estes herbicidas. As macrófitas foram cultivadas, em casa de vegetação, em vasos de polietileno contendo 5 dm³ de solução nutritiva diluída em água destilada. Os tratamentos, dispostos em delineamento inteiramente ao acaso, com quatro repetições, corresponderam às concentrações 0, 10, 100 e 1000 μg L-¹ de atrazine e 0; 0,1; 1 e 10 μg L-¹ de diuron aplicadas diretamente em solução aquosa, além de vasos sem plantas como tratamento adicional. Intoxicação visual, massa fresca e teor de clorofila total das macrófitas foram avaliados aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação dos herbicidas (DAA). O incremento em massa seca correspondeu à diferença entre massa seca anteriormente à aplicação do atrazine e diuron e aos 28 DAA dos herbicidas. Fluorescência da clorofila a das plantas foi avaliada aos 7, 14 e 21 DAA do atrazine e diuron e variáveis de trocas gasosas foram analisadas aos 7 dias de cultivo dos exemplares. Anatomia foliar de E. crassipes e P. stratiotes foi avaliada aos 14 dias de exposição das plantas aos contaminantes. Concentrações residuais do atrazine e diuron em solução e em amostras de material vegetal foram quantificadas aos 28 DAA do herbicida, por meio de cromatografia líquida de alta eficiência. E. crassipes apresentou sensibilidade à concentração 1000 μg L-¹ de atrazine, com morte dos exemplares aos 28 dias de exposição ao herbicida. O atrazine e o diuron reduziram o crescimento das macrófitas, promoveram condição de estresse abiótico e alteraram seus parâmetros anatômicos. Contudo, o crescimento das plantas não foi interrompido e as macrófitas recuperaram os teores de clorofila total. Concentrações residuais de atrazine em solução foram 35,56 e 79,19%, para E. crassipes, e 76,13 e 78,83% para P. stratiotes, menores que as quantificadas em vasos sem plantas. E. crassipes e P. stratiotes apresentam potencial para fitorremediar ambientes aquáticos com concentração de até 100 e 1000 μg L-¹ de atrazine, respectivamente. Concentrações residuais de diuron em solução foram 95,13 e 93,74%, respectivamente, para E. crassipes e P. stratiotes, menores que as quantificadas em vasos sem plantas. E. crassipes e P. stratiotes podem ser indicadas para fitorremediar ambientes aquáticos com concentração de 10 μg L-¹ de diuron, atuando também como bioindicadoras da presença desse herbicida em ecossistemas aquáticos brasileiros.