Percepções da pessoa com doença falciforme sobre saúde e relações sociais: uma contribuição para a equipe multiprofissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rocha, Euza Mara
Orientador(a): Canôas, Silvia Swain
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br/items/7cc55bf1-6599-4f83-8aac-92a4a1eda9c3
Resumo: A doença falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no mundo e com alta prevalência no Brasil. Apesar de ser considerada um problema de saúde pública no Brasil e possuir sérias consequências para o indivíduo acometido, para sua família e para a sociedade, durante muito tempo, pouco se investiu na melhoria da atenção à saúde das pessoas que convivem com ela. A complexidade das questões históricas, sociais e étnicas que envolvem a doença falciforme levou à realização desse trabalho de cunho qualitativo, com o objetivo principal de conhecer aspectos da realidade de vida e as condições de saúde das pessoas com doença falciforme no município de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha/MG. Foi realizada uma revisão de literatura que buscou entender a história da ocupação do território do município de Diamantina e sua relação com a ocorrência da doença falciforme. Foram realizadas entrevistas com pessoas com doença falciforme residentes no município e as mensagens foram analisadas segundo a análise de conteúdo proposta por Bardin (2011). Foram identificadas cinco categorias de análise com os seguintes temas: a percepção da pessoa com doença falciforme sobre a própria saúde; religiosidade, espiritualidade; o impacto da doença falciforme na vida cotidiana das pessoas entrevistadas; preconceito; e, atenção primária à saúde. Foi possível a compreensão de que a presença da doença tem importante impacto na vida social e familiar das pessoas, que geralmente temem uma vida de limitações decorrente das possíveis complicações da doença. Um intenso debate entre gestores, profissionais de saúde, comunidade acadêmica e usuários para a proposição de estratégias de atendimento integral da pessoa com doença falciforme se faz necessário, considerando e respeitando vários aspectos que envolvem sua história de vida, sua cultura e suas crenças, de forma a tentar reparar um processo histórico de iniquidades cometidas contra as pessoas de etnia negra.