Educação superior, tecnologia e ciência durante o período militar (1964-1985): modernização conservadora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Thiago Willian
Orientador(a): Rocha Junior, Fernando Leitão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br/items/782c174f-eaef-496f-a370-7f9986c7c37d
Resumo: O objetivo desta dissertação é analisar a educação superior, a ciência e a tecnologia durante o período militar. Utilizou-se uma pesquisa bibliográfica descritiva qualitativa. Os dados analisados mostram que no período militar as universidades passaram por uma modernização autoritária marcada por paradoxos e ambiguidades. A partir de 1964, o regime político adotou uma postura destrutiva e reformadora; em outros termos, a modernização do ensino superior chegou escoltada por meios repressivos. O golpe de 1964 foi sustentado por um grupo de conservadores, liberais, reacionários, nacionalistas autoritários e até reformistas moderados. Tratava-se de um movimento anticomunista que gerou expurgos capazes de afetar o campo progressista. Parte dos grupos golpistas concordava com as reformas, desde que não fortalecesse as lideranças revolucionárias. A direita aceitou o argumento reformista de que as universidades necessitavam de mudanças, pois, à frente destas, estavam catedráticos poderosos que geriam um sistema de produção de conhecimento fraco, cujos professores eram apáticos, e ainda havia insuficiência de vagas para os jovens. Esquerda e direita concordavam que era necessário modernizar e gerar mais conhecimento, porém ambos os grupos apresentavam perspectivas diferentes. A política universitária idealizada pela ditadura foi se desenhando e, no começo de 1970, resultou-se em embates entre grupos e opiniões divergentes. A reforma feita pelo regime militar procedeu sob pressões opostas de liberais, conservadores, militares, religiosos, intelectuais e professores universitários, somadas aos conselhos de norte-americanos, cujo cenário de fundo foi composto pela rebeldia estudantil. O poder autoritário dos líderes da ditadura acomodou as pressões e as diferentes opiniões, de onde procederam políticas contraditórias e, por vezes, conflitantes.