Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Kamila Lorene Soares |
Orientador(a): |
Oliveira, Danilo Bretas de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UFVJM
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://acervo.ufvjm.edu.br/items/3e9fdc30-9472-42a4-b445-046f4280a18a
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Resumo: |
O Zika virus(ZIKV) é um arbovírus membro da família Flaviviridae e gênero Flavivirus tal qual o Dengue virus e o Yellow fever virus. Embora este vírus tenha sido descoberto no ano de 1947 na floresta de Zika na África, o mesmo só veio a ser intensamente estudado a partir do ano de 2007, devido a notificações de infecção causadas por ZIKV, ocorridos nas Ilhas Yap na Micronésia, que afetou cerca de três quartos da população. No Brasil, o ZIKV foi introduzido no ano de 2015, e em razão ao grande número de vetores existentes no nosso país, este vírus se dissipou rapidamente por todo território nacional. Suas manifestações clínicas são variáveis, e podem se apresentar de forma assintomática, que correspondem cerca de 80% dos casos que são identificados a partir de dados sorológicos ou sintomáticos, que são frequente caracterizados como uma síndrome ‘tipo-dengue’. Os interferons (IFN) tipo I, assim como os genes estimulados por interferon (ISGs), são agentes importantes no controle da infecção pelo ZIKV. Nas infecções virais agudas, indivíduos com doenças crônicas pré-existentes, como diabetes mellitus, são mais propensos a desenvolver quadros mais graves, contudo não foram realizados estudos a cerca desta relação com o ZIKV. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar a respeito da interferência da glicose na infecção ocasionada pelo ZIKV, bem como avaliar a expressão de ISGs resultante deste quadro. Para tal, a multiplicação do ZIKV foi realizada em modelo in vitroe analisada sob diferentes concentrações de glicose, sendo elas, high-0,4% (HG) e normal 0,1% (NG).O modelo consistiu na utilização de dois tipos celulares, sendo eles as célulasVero e A549. As mesmas foram mantidas e cultivadas no Laboratório de Doenças Infecciosas e Parasitárias (Ladip) da UFVJM. Os vírus, portanto, foram multiplicados em garrafas de cultura contendo monocamada completa destas células. Elas foram cultivadas em MEM suplementado com 5% de SFB, com diferentes concentrações de glicose. A expressão de IFNα/β, assim como os ISGs, foram avaliados por PCR em tempo real, após infecção pelo ZIKV. Em nossos resultados observamos que, altos níveis de glicose aumentam três vezes a carga viral 24 horas pós-infecção e quatro vezes o nível do RNA viral intracelular. Em 6 e 12 horas pós-infecção não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos analisados. Assim, a alta concentração de glicose maximizou a multiplicação viral, semelhantemente, os ISGs OAS e PKR foram mais expressos no grupo HG infectado que em comparação ao grupo NG infectado. Estes resultados sugerem que o nível de glicose é importante para a replicação do vírus e para a estimulação de ISGs por vias independentes de IFNI.Por conseguinte, estes achados sugerem que a alterações no metabolismo da glicose em indivíduos que apresentam resistência a insulina ou diabetes mellitus podem interferir na replicação viral, tornando estes grupos mais susceptíveis aos danos causados pelo ZIKV. |