Sociobiodiversidade e espaço social alimentar: conhecimento tradicional sobre plantas alimentícias em uma comunidade do Vale do Jequitinhonha, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Luiza Helena Pedra da
Orientador(a): Murta, Nadja Maria Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br/items/7704c774-93f2-4716-8ba4-52caf26d19b5
Resumo: A sociobiodiversidade presente no território brasileiro tem elevado potencial de resistência perante aos ônus impostos pelo modelo de produção de alimentos hegemônico, inserido em um cenário mundial de homogeneização da alimentação, das práticas agrícolas, dos espaços produtivos, dos ambientes naturais, que gera dependência dos pequenos produtores e dos consumidores às lógicas de mercado globais. O presente estudo pretendeu investigar os conhecimentos e usos de plantas alimentícias não convencionais, especificamente de plantas espontâneas, circunscritos no espaço social alimentar de um distrito rural do Vale do Jequitinhonha, sob a perspectiva de fomento e valorização do consumo desses recursos vegetais para a promoção da segurança alimentar e nutricional sustentável. Os procedimentos metodológicos adotados foram revisão integrativa de literatura, entrevistas semiestruturas, caminhada etnobotânica, demonstrações culinárias e observação participante. Os dados foram analisados qualitativa e quantitativamente, com análise de conteúdo e estatística descritiva. Ao todo, foram identificadas 71 espécies de plantas espontâneas utilizadas na alimentação. Destacam-se as espécies que têm os frutos consumidos in natura em seu período de frutificação, e espécies herbáceas que se desenvolvem nos quintais e canteiros de hortas e têm as folhas consumidas em saladas e refogados. Os conhecimentos e práticas acerca das plantas alimentícias presentes no território da comunidade são constitutivos da cultura alimentar local e regional, entretanto, constatou-se que os conhecimentos sobre essas espécies são maiores do que o seu uso efetivo, indicando que há redução do consumo, sobretudo em decorrência do acesso à alimentos processados e ultraprocessados.