A representação do negro em Serra dos pilões - jagunços e tropeiros e chão das carabinas - coronéis, peões e boiadas

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Gomes, Davi Pereira
• Orientador(a): Melo, Márcio Araújo de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins; Araguaína
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras - ProfLetras
• País: BR
• Palavras-chave em Português: Lugar de fala do homem negro. Literatura tocantinense. literatura afro-brasileira.
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/4322

Esta dissertação objetiva apresentar o lugar social que ao negro foi reservado na literatura brasileira, tendo em vista que no curso da historiografia literária ele tem sido colocado à margem no discurso narrativo. Esse mesmo discurso que produz personagens a figurar uma memória e uma representação literária nacional promove ao negro uma subalternização, marginalização e o condiciona a lutar e resistir em uma sociedade de classes. Assim, ao transformar o homem negro em um não humano o homem branco vem trabalhando para invisibilizá-lo em todas as instâncias das quais integra, seja na literatura, na música, na dança ou na vida social. O negro, além de ser uma figura que vem sendo estereotipada é também uma figura que não pode aparecer, ou seja, foi criado para ser um figurante, um personagem pouco importante ou com características que o definam como algo inferior, dentre outras possibilidades de inferiorização. No entanto, a representação literária dos homens e mulheres negras está sendo revista pelo discurso literário brasileiro, sobretudo, como um processo que precisa ser levado a sério à medida que as questões raciais, na literatura, ganham espaço e voz nas obras de muitos escritores e escritoras negras ao marcar no discurso literário seu ideal de pertencimento à negritude, como também, sua representatividade. Nossa pesquisa, portanto, possui cunho qualitativo e como aporte metodológico analisamos duas obras literárias do escritor tocantinense Moura Lima. As obras que compõem nosso corpus são Serra dos pilões- Jagunços e Tropeiros e Chão das Carabinas – Coronéis, Peões e Boiadas, onde ambos os textos dissecam sobre o homem sertanejo, o jagunço e o tratamento dados aos homens e mulheres negras no antigo norte de Goiás, agora Tocantins. Tal escolha se deu sobre a posição e o lugar de fala que são delegados aos personagens negros na construção narrativas da literatura tocantinense. Assim sendo, apresentaremos o negro nas obras em análise. Além disso, discutiremos a formação da literatura tocantinense, suas formas de circulação e formação de leitores bem como sua importância para formação da memória de um povo em uma determinada sociedade. Como resultados propomos uma discussão sobre o lugar que o negro ocupa nas obras em análise e qual a importância da construção do lugar de fala de personagens negros em uma literatura que ainda se configura como regionalista.