Avaliação do impacto ambiental de um projeto agrícola na região de Formoso do Araguaia, na qualidade e biodiversidade do rio formoso.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guarda, Patrícia Martins
Orientador(a): Silva, José Expedito C. da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal - Bionorte
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/2185
Resumo: O Tocantins encontra-se localizado em uma fronteira agrícola, uma área de conversão de habitats naturais para a agricultura, o que torna essa região suscetível aos impactos ambientais, o que pode afetar a enorme biodiversidade característica da região. Essas fronteiras estão concentradas hoje em ambientes que começam a sofrer o efeito do manejo da terra e seus malefícios, como o uso de agrotóxicos e fertilizantes. Neste trabalho foram investigados contaminantes químicos (agrotóxicos, metais), bioindicadores e parâmetros físico químicos, em água, solo e sedimento do Rio Formoso, no Estado do Tocantins, na região de influência do projeto agrícola Rio Formoso. Foram feitas quatro coletas trimestrais (2018 a 2019), contemplando os períodos secos e chuvosos da região. Amostrou-se 1 ponto no rio, antes deste passar pelo projeto agrícola (P1) a 25km antes do início da região do projeto, 5 pontos ao longo do projeto (P2 a P6) e um ponto após o rio passar a margem do projeto (P7), perfazendo 45 km do P2 ao P7. Os agrotóxicos quantificados e/ou detectados estavam presentes, em sua maioria, nas amostras de água (21 princípios ativos), e alguns no solo (4 princípios ativos). No sedimento não foram detectados agrotóxicos. Verificou-se que os períodos mais secos são os mais críticos, ocorre menor diluição e com isso maior concentração das substâncias. Entretanto, em concentrações baixas na água, as substâncias encontradas podem ser capazes de causar efeitos deletérios em algumas espécies devido a sua alta toxicidade, já que os efeitos de um agrotóxico, podem ser potencializados na presença de outros (sinergia), ou causar efeitos cumulativos. Embora as águas do Rio Formoso já estivessem contaminadas mesmo antes de passarem as margens do Projeto Rio Formoso (P1), principalmente com atrazina e clomazone, esta contaminação se agrava com o surgimento de outras substâncias as margens do projeto, como ametrina, carbendanzim, fluazafope, imazetapir, metilsulfuron, simazina, tebuconazol e triciclazol, que foram encontrados nas águas do Rio Formoso, apenas entre os pontos P2 a P7, (pontos as margens do projeto agrícola). Este comportamento é um indicativo de que a contaminação por essas substâncias, nesse compartimento ambiental, se dá pelas atividades agrícolas locais, estando também o solo nos pontos P4 e P5 contaminados. A análise dos parâmetros físico-químicos na água, indicou altos teores de fósforo total e baixos teores de oxigênio dissolvido, embora o Índice de Qualidade de Água mostrasse qualidade boa da água no período monitorado. As quantidades de metais estavam abaixo dos valores da legislação. Por não haver valores de backgrounds da região, para metais, não se pode atribuir sua presença ao projeto. A análise estatística multivariada e componentes principais, indicaram que o comportamento do rio difere no período seco e chuvoso, indicando necessidade de monitoramento nesses dois períodos distintos. O Índice Biótico de Família indicou contaminação orgânica nas águas do Rio Formoso, o que foi comprovada com as análises de agrotóxico, assim como revelou uma melhor qualidade biológica de organismos bentônicos no P1. Pode-se, com isso, concluir que existe um real impacto das atividades agrícolas deste projeto, na qualidade dos ambientes aquáticos do Rio Formoso.