Corpo, Transnacionalismo negro e as políticas de patrimonialização: as práticas expressivas culturais negras e o circuito afrodiaspórico
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Carlos
São Carlos |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/2967 |
Resumo: | O Samba-Rock recebeu o título de patrimônio imaterial da cidade de São Paulo no ano de 2011. Esse reconhecimento dialoga com um amplo movimento de patrimonialização das sedes dos clubes sociais negros nas regiões Sul e Sudeste do país, conforme ocorreu com o Grêmio Recreativo e Familiar Flor de Maio, cuja sede foi reconhecida como patrimônio material da cidade de São Carlos no mesmo ano. Esses processos engendram um importante debate sobre nacionalismo e transnacionalismo das práticas culturais e dos espaços articulados pela diáspora africana nas Américas. A pesquisa investigou, para tanto, os processos e circuitos componentes das práticas e das relações espaciais produzidas na diáspora africana. A investigação teve como aporte conceitos como zona de contato: estado-nação, modernidade, transnacionalismo negro, circuito afrodiaspórico vernacular, cultura negra diaspórica e diáspora africana. Para tanto, utilizei-me das técnicas de observação participante, da incursão etnográfica, da pesquisa bibliográfica e ainda de materiais audiovisuais (filmes, músicas e registros fotográficos), somados a entrevistas abertas e coleta de dados realizados no estado de São Paulo/BR e no estado da Georgia/EUA. Conclui-se que, para compreensão dos trânsitos e dos sujeitos de cujas práticas expressivas culturais negras sejam recriadas, tornou-se necessário acionar um outro elemento de análise como prática expressiva: o corpo. É nele que se expressa o reconhecimento da dança e da música como indissociáveis nas produções do circuito afro diaspórico vernacular. Nesse panorama, a pesquisa se apoiou em uma proposta de narrativa voltada às similaridades e conexões, reconhecendo e pautando as diferenças, passíveis de análise quando associadas a quatro outros elementos: a dispersão, a hibridização, a criatividade/improviso e os sentidos atribuídos ao corpo na constituição de uma cultura negra diaspórica. Dessa forma, passam a ganhar lugar o debate sobre essas práticas e seus espaços como constituinte de uma comunidade de memória tensionando, por sua vez, as noções clássicas do estado-nação, da modernidade e das políticas de reconhecimento (material e imaterial) como estratégias contemporâneas de (re)inscrição das práticas no debate moderno. Além disso, defendi a necessidade da reflexão sobre uma economia política da cultura negra articulada às dinâmicas da produção-regulação consumo das produções culturais expressivas como um dos elementos de (re)criação constante das práticas no circuito afrodiaspórico vernacular. |