Comunidade quilombola Morro São João no município de Santa Rosa do Tocantins: memórias e território
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Porto Nacional |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia - PPGG
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/2028 |
Resumo: | A realidade cotidiana vivenciada pelos escravos, repleta de violência, provocou neles o sentimento de busca por algo melhor, por vida digna e pela liberdade, que pudessem ser encontrados em um lugar por eles idealizado e construído, fazendo-se concreto no território quilombola. A natureza deste trabalho deriva do ser quilombola e, a partir disso, poder historicizar a possibilidade de delimitação territorial da Comunidade Quilombola Morro São João, no município de Santa Rosa do Tocantins, a partir dos relatos e memórias acordados com o referencial teórico e pesquisa de campo utilizado no desenvolvimento da pesquisa. Com base nessa premissa, entender os marcadores geográficos do antigo território, que surgem nas narrativas da comunidade, além de incluindo o ritual dos congos como herança de ancestralidade africana e de resistência territorial e então projetar um território do devir. Ficou evidente que o território real do Quilombo Morro São João não se trata apenas do núcleo da sede do Quilombo, mas é constituído pelas fazendas que compõem esse território desde a sua originalidade, com 7.857 alqueires formados pelas fazendas Roma, Morro São João, Pedregulho ou Gorgulho, São Felipe, Barreira das Catas e Santa Rosa, a considerar a expressa diminuição em extensão de áreas territoriais do território originário ao real. Porém, com a presença de quilombolas moradores, nas terras que constituíram o Quilombo em estudo e resistentes ao tempo e à história e que perpetuam suas origens afrodescendentes e campesinas, retirando dela parte do seu sustento e de sua família, evidenciando o pertencimento dessas glebas à Comunidade Quilombo Morro São João. Reconhece-se na festa das “Santas Almas Benditas”, expressa pelo ritual dos Congos, a peculiaridade de festa religiosa e a representação de resistência territorial. Com essas análises, foi possível realizar a delimitação territorial da Comunidade Quilombola Morro São João no município de Santa Rosa do Tocantins além de caracterizar o território real com base nas premissas do território originário, expressos e disposto no território do devir. Enquanto pessoas, memórias e culturas, vislumbramos melhorias na qualidade de vida e resolução no processo de titulação territorial deste Quilombo. Os marcadores geográficos identificados, como por exemplo, nome de rio (Birimbal), nome de instrumentos e outros, apresentaram especificidades de africanidade e identidade quilombola, além de contribuírem para o reconhecimento da composição do território, que carece de ser titulado para seja definitivamente reestabelecido a quem de direito seja: a Comunidade Quilombola Morro São João. |