Ensino de História e mulher negra: um olhar interseccional sobre as percepções de estudantes em Conceição do Araguaia-PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Andreia Costa
Orientador(a): Ramos Junior, Dernival Venâncio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Araguaína
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino de História - ProfHistória
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/2200
Resumo: Esta dissertação apresenta os resultados e as reflexões em torno de uma formação para o Ensino de História das relações étnico-raciais e de gênero, que propôs investigar as percepções e experiências de estudantes de uma turma de oitavo ano sobre os sistemas de discriminação e opressão que estruturam a condição histórica da mulher negra. A pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal de Conceição do Araguaia, município situado na região Sul do Estado do Pará. O estudo foi embasado na perspectiva analítica da interseccionalidade, um parâmetro teórico-metodológico próprio do pensamento feminista negro, e também nas contribuições do pensamento decolonial. Um dos principais focos do estudo se encontra na participação de cinco estudantes negras que faziam parte da turma selecionada para a referida formação. O objetivo geral foi analisar as potencialidades e os saberes resultantes de um processo formativo em relações étnico-raciais e de gênero, conduzido sob a perspectiva interseccional e tendo as vozes das estudantes negras como orientação. A metodologia da pesquisa-ação foi escolhida como uma proposta de participação coletiva realizada com o grupo de estudantes, na busca de uma melhor compreensão dos temas discutidos nas oficinas da formação e dos problemas práticos que identifiquei nas aulas de História. Formei e fui formada no decorrer da pesquisa e no momento de narrar a trajetória da formação. E, consequentemente, isso significou narrar um processo de ensinoaprendizagem, apontando o que por ventura ensinei, mas também, o muito que aprendi. Descolonizar saberes já estabelecidos e/ou promover conscientização; explicitar a complexidade dos mecanismos de subordinação, respeitando os saberes das/os educandas/os; todo este processo foi compensador. O desafio de descolonizar e enegrecer o Ensino de História é um caminho tortuoso, mas possível. Como parte dos resultados da pesquisa, foi produzida uma cartilha com a sequência das técnicas e instrumentos utilizados para a construção da metodologia utilizada.