Agricultura urbana como instrumento de desenvolvimento na perpectiva de Amartya Sen : Um Estudo em Hortas na Cidade de Araguaína-TO.
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Araguaína |
Programa de Pós-Graduação: |
PPGDire
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/7337 |
Resumo: | Este estudo teve como objetivo analisar a relação das hortas intraurbanas com o desenvolvimento na perspectiva de Amartya Sen. Para tanto, foi realizado um estudo de caso em hortas localizadas na zona intraurbana do município de Araguaína-TO. Investigaram-se oito hortas (casos), tendo sido os dados colhidos por meio das técnicas de entrevista semiestruturada a partir de formulário-base cujos dados foram discutidos por meio da análise de conteúdo. Foi investigado se este tipo de agricultura urbana, evidenciado por meio das hortas, poderia ser considerado um instrumento potencial para o processo de desenvolvimento teorizado por Amartya Sen, sendo considerado que para que haja desenvolvimento todas as formas de privação de liberdade devem ser removidas, sendo que a liberdade deve ser um meio para que se atinja o desenvolvimento e um objetivo também a ser alcançado. O estudo permite considerar que a horta se apresenta como um instrumento positivo para ser utilizado, entretanto, o empreendimento por si só não consegue eliminar todas as formas de privação de liberdade e capacidade, considerando que muitas delas se perfazem pela ausência do Estado. Do ponto de vista positivo, foi possível compreender que o empreendimento proporciona uma renda favorável para os horticultores, levando em conta a baixa capacitação escolar e técnica, o que reflete diretamente nos bens e serviços aos quais tem acesso e nas condições de moradia, que foram consideradas satisfatórias considerando os dados levantados. O empreendimento agrícola também traz contribuição para a economia local, dada a produção local dos vários tipos de resultados advindos das plantações, o que reverbera positivamente nas questões de emprego e renda, bem como o impacto na composição do espaço urbano, pois contribui para limpeza e paisagem. Ainda que seja potencial, a horticultura a partir dos dados não se revelou como uma simples escolha, já que foi mais a impossibilidade de outras oportunidades que levaram os horticultores para aquele empreendimento, e ainda assim muito bem quisto pelos entrevistados que não se imaginam em outra profissão, além de expressarem que dentre outras escolhas possíveis esta é a mais vantajosa, principalmente economicamente. As questões desfavoráveis ao empreendimento estão ligadas ao próprio tipo de trabalho que exige fisicamente dos produtores e a falta de reconhecimento e investimento do poder público e privado na atividade, o que influencia na escassez de capital para aplicar e expandir. Foi possível inferir que os horticultores são privados de liberdades básicas ligadas às oportunidades sociais, como educação, saúde e saneamento básico que dizem sobre o bem-estar. Portanto, a horta é um empreendimento potencial para trabalhar alguns aspectos ligados às oportunidades sociais dentro do processo do desenvolvimento, ainda que não consiga lidar com todos, e como apresentado tem muitos aspectos positivos o que a coloca como uma possibilidade viável que deveria ser mais utilizada, em especial no escopo das políticas públicas que visam o desenvolvimento. |