Descrição anatômica macroscópica do encéfalo de primatas neotropicais e citoarquitetura neocortical de Sapajus Libidinosus (primatas: cebidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Abreu, Tainá de
Orientador(a): Tavares, Maria Clotilde Henriques
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Brasília
Brasília
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/680
Resumo: O encéfalo humano é mais sofisticado instrumento de cognição e, supostamente, o material mais complexo já conhecido, provavelmente por causa disso, o sistema neural é amplamente estudado em termos multidisciplinares, mas muitas questões ainda necessitam ser respondidas e várias dúvidas sobre as funções cerebrais ainda precisam de respostas. Um dos caminhos para compreender essa história evolutiva é o estudo do encéfalo de primatas não-humanos. Muito se sabe sobre a anatomia macroscópica de primatas do Velho Mundo e humanos, entretanto, esses dados e aqueles relacionados à anatomia microscópica são escassos em relação aos neotropicais, que tem sido amplamente utilizado em pesquisas biomédicas e comportamentais. Dessa forma, a proposta desse trabalho foi estudar a anatomia macroscópica do encéfalo obtido diretamente dos primatas neotropicais como Callithrix penicillata, Saimiri ustus, Sapajus libidinosus e Brachyteles arachnoides e da literatura de Galago, Macaca, Papio, Pan and Homo, em termos comparativos. Além de realizar um estudo preliminar acerca da citoarquitetura neocortical de Sapajus libidinosus. Na análise macroscópicas foram utilizados 2 encéfalos de Callithrix penicillata, 1 de Saimiri ustus, 7 de Sapajus libidinosus e 1 Brachyteles arachnoides, que tiverem seus sulcos e giros descritos, mensurados, além de mensurações das dimensões gerais do encéfalo e índice de encefalização. Para a análise microscópica foram utilizados 5 encéfalos de Sapajus libidinosus, sendo 4 na técnica de Golgi-Cox e 1 na técnica HE, que foram avaliados em termos de organização citoarquitetônica, número de células neurais e classificação do córtex conforme o tipo e prevalência celular nas camadas corticais, dos lobos frontal, área pré-frontal, parietal, temporal e occipital. Nesse trabalho observou-se que anatomia do telencéfalo de Callithrix e Saimiri possuem poucos sulcos, giros quando comparados com o de Sapajus e Brachyteles e os dois últimos são mais semelhantes aos primatas do Velho Mundo, do que dos demais primatas neotropicais investigados. Dentre todos os primatas analisados e comparados, os sulcos que se repetem são o longitudinal, lateral, calcarino, hipocampo, rinal e o temporal superior. Os sulcos do lobo frontal e parietal, aparecem somente em encéfalos mais complexos e de animais que possuem maior tamanho corporal. As demais estruturas localizadas na região medial do telencéfalo, diencéfalo, mesencéfalo, ponte, bulbo e ventrículos encefálicos, estão dispostas de forma semelhante com variações no grau de desenvolvimento e tamanho. Os dados preliminares da arquitetura neocortical de Sapajus mostram maior quantidade de neurônios nos lobos occipital, seguidos do parietal e temporal. A parte caudal do lobo frontal possui carcterísticas de área motora primária com grandes neurônios piramidais e a área pré-frontal possui prevalência de neurônios granulares. Os lobos parietal e temporal possuem as camadas mais heterogêneas e com maior separação entre as camadas corticais. A técnica de Golgi- Cox permitiu estudar a organização estrutural, conexões entre células neurais e a formas das células neurais. Já a técnica de HE permitiu inferências quantitativas e também a caracterização dos tipos de células neurais e desenvolvimento das camadas corticais. As análises histológicas do neocórtex das principais áreas do telencéfalo de Sapajus libidinosus, mesmo que com um baixo número de espécimes foi uma caracterização geral e o primeiro passo para estudos futuros e comparações mais abrangentes. São necessários estudos histológicos mais detalhados das principais áreas do encéfalo, assim como a associação dos possíveis resultados a outras técnicas de investigações são necessários para uma melhor caracterização das funcionalidades das áreas corticais.