Avaliação de fumonisinas produzidas por Fusarium verticillioides em genótipos de milho cultivados em diferentes ambientes
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Gurupi |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal - PPGPV
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/1014 |
Resumo: | A cultura do milho é responsável por 40% dos grãos produzidos no país, sendo considerada um dos segmentos mais importantes para a economia do agronegócio brasileiro. Devido ao seu alto valor nutritivo, o milho possui grande suscetibilidade ao crescimento de fungos, com destaque para Fusarium verticillioides, que além de causar danos nas raízes, colmos e espigas, é responsável por produzir fumonisinas, um grupo de micotoxinas termoestáveis e possivelmente carcinogênico, ao homem e animais. É sabido que apesar da importância não existem muitas informações associando a influência de diferentes fatores sobre a sua produção, principalmente nas condições tropicais brasileiras. Desta forma, estudos foram realizados com o objetivo geral de avaliar a influência de fatores ambientais, genótipos e métodos de inoculação de F. verticillioides na severidade da podridão de espigas, qualidade sanitária das sementes, produtividade do milho, na produção de fumonisinas e histopatologia em frangos de corte. As investigações aqui relatadas foram divididas em quatro capítulos. No primeiro capítulo, avaliou-se o efeito de fatores ambientais, genótipos e métodos de inoculação de F. verticillioides na produção de fumonisinas em grãos de milho. No segundo capítulo, comparou- se em locais diferentes métodos de inoculação artificial (spray, injetável) e natural de F. verticillioides em dez genótipos de milho pela quantificação da severidade da doença e produtividade. No terceiro capítulo, realizou-se um levantamento da população de F. verticillioides através de análise sanitária e transmissão do fungo à campo das plantas para as sementes e das sementes para as plântulas inoculados com diferentes métodos de inoculação. Por fim, o quarto capítulo, avaliou-se na safra de 2015/2016, procedentes de lavouras experimentais contendo cultura de milho, híbridos comerciais inoculados com F. verticillioides e determinou-se os parâmetros zootécnicos e histopatológicos em frangos de corte. O delineamento experimental para o primeiro e segundo capítulos, desenvolvidos em campo, foi igualmente realizado nos quatros locais estudados, sendo o de blocos ao acaso em fatorial de 10x3, com três repetições, sendo dez genótipos de milho e três métodos de inoculação. No terceiro capítulo, desenvolvido em laboratório, os experimentos tiveram o delineamento inteiramente casualizado, em fatorial de 10x3 com quatro repetições, sendo dez genótipos de milho e três métodos de inoculação. Utilizou-se as sementes provenientes dos híbridos que foram inoculados pelos três métodos de inoculação. Cada unidade experimental consistiu de um Gerbox contendo 25 sementes. No quarto capítulo, o experimento foi conduzido no aviário experimental da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins, no campus de Araguaína-TO. Foram utilizados 160 pintos de um dia, frangos de corte da linhagem Cobb 500, distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado, com dois tratamentos (ração basal de milho com ausência de fumonisina e a ração de grãos de milho com fumonisina), com 10 repetições contendo 8 aves cada. Todas as análises da concentração fumonisinas foram realizadas no Laboratório de Micotoxologia (LAMIC), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e utilizou-se a metodologia de quantificação denominada LC-MS/MS (Liquid Chromatography Mass Spectrometry) POP 45. Com relação aos resultados obtidos, para o primeiro capítulo, concluiu-se que não foi possível assegurar que grãos sintomáticos e assintomáticos quanto à infecção de Fusarium verticillioides, estejam livres de contaminação por fumonisinas e os métodos de inoculação por aspersão e o inoculado no centro da espiga não influenciaram em diferentes concentrações de fumonisinas. A produção de fumonisinas nos grãos de milho é potencializada por condições ambientais de temperatura elevada e pela susceptibilidade do genótipo e alta severidade de F. verticillioides. Nestas condições, houve tendência de produzir maiores teores de fumonisinas para a maioria dos genótipos avaliados. A produtividade de grãos foi reduzida pela incidência de F. verticillioides. Para o segundo capítulo, verificou-se que o método de inoculação artificial através de aspersão no estilo-estigma e o injetável no centro da espiga, proporcionaram maior intensidade da podridão da espiga, possibilitando diferenciar do método natural. Em Planaltina, verificou-se que o método de inoculação por aspersão resultou em maior severidade da doença, causada por Fusarium verticillioides do que o método de inoculação injetável no centro da espiga. Os híbridos de milho P4285, DKB390PRO2 e DKB310PRO2 foram os mais resistentes à podridão da espiga, nos quatro ambientes, enquanto que o híbrido 32R48YH apresentou a maior severidade da doença. O método de inoculação artificial foi o mais eficiente em ambientes de climas amenos e esta informação é importante na padronização do método para seleção e caracterização de genótipos de milho em programas de melhoramento. Para o terceiro capítulo, concluiu-se que as sementes oriundas de espigas inoculadas com spray apresentaram maior grau de incidência do patógeno, sendo este, o método mais eficiente de inoculação artificial de F. verticillioides na fase R1 para a avaliação de emergência de sementes. Os híbridos 32R48YH e o DKB240PRO2 tiveram o maior nível de infecção por F. verticillioides pois obtiveram a maior incidência do fungo. Enquanto que os híbridos P3630H e P4285H demostraram ser os mais resistentes, pois obtiveram as menores incidência do patógeno. Os híbridos P3250, 32R48YH e 30K75Y apresentaram menor percentagem de emergência quando a inoculação foi realizada pelo método injetável enquanto que os híbridos P4285H, 30K75Y e DOW30A37PW apresentaram menor percentagem de emergência quando a inoculação foi realizada pelo método spray. A transmissão da semente para a planta foi confirmada pela análise molecular. Verificou- se que, apesar das plantas não terem apresentado sintomas visíveis, pôde-se confirmar que houve infecção latente. A técnica de PCR foi capaz de revelar a presença do patógeno nas sementes de milho em menor nível de incidência avaliado (1%). No quarto capítulo, foi concluído que a concentração de 2,78μg/g de fumonisina determinada na ração não foi suficiente para provocar alterações nos parâmetros zootécnicos (peso das aves e no consumo de ração) e histopatológico (tecidos do intestino, fígado e coração) de aves da linhagem COBB 500, alimentadas até o 21° dia. As análises dos parâmetros zootécnicos e histopatológicos permitiram revelar concentrações mínimas e seguras de fumonisina que não provocaram danos toxicológicos em aves da linhagem COBB 500. Este é um importante parâmetro que pode contribuir nas etapas de produção de carnes e de produtos avícolas. |