Cotidiano e modo de vida dos reassentados do Canela,em Palmas-TO, 15 anos após o deslocamento compulsório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Schulz, Ari Armando
Orientador(a): Marón, José Ramiro Lamadrid
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/3660
Resumo: O foco deste estudo foram os antigos moradores do povoado Canela, que ficava localizado a margem direita do Rio Tocantins, em Palmas-TO. Esta comunidade, com a formação do reservatório da usina hidrelétrica do Lajeado, em 2001, foi reassentada na zona urbana de Palmas, mais precisamente na Quadra 508 Norte. Através de um estudo de caso esta dissertação buscou analisar a dinâmica recente de construção e reconstrução do cotidiano e modo de vida de comunidades tradicionais, através do estudo do deslocamento de uma comunidade, a do Canela, originalmente ribeirinho. Tal povoado, reassentado em novo contexto urbano – a cidade de Palmas –, reinventa, reconstrói e luta pela preservação de características que assegurem a sua identidade de comunidade. Um modo de vida construído ao longo de um século e meio e que identificava este povoado como uma comunidade ribeirinha é bruscamente interrompido pela formação do reservatório da UHE, inundando as terras onde esta população vivia. Este fato levou a uma série de reivindicações desta comunidade, tanto em relação às suas condições materiais de existência, quanto em relação ao que ela acredita ser a reestruturação do seu modo de vida e da sua identidade. Após 15 anos do reassentamento, percebeu-se que muitas foram as perdas e que muitas reivindicações até hoje não foram atendidas. A comunidade ribeirinha é hoje um grupo de pessoas que se vê “engolido” pela vida urbana, sem ter sido preparado para enfrentar os desafios que este novo modo de vida exige. Saudade, insatisfação, falta de perspectivas para o futuro são os sentimentos que mais são perceptíveis na comunidade estudada. Isto confirma a complexidade e profundidade dos impactos causados pelos grandes empreendimentos, tudo em nome das necessidades demandadas pelo “desenvolvimento” e pelo “progresso”.