Reificação da mulher a partir da ascensão ideológica conservadora: uma análise do golpe de 2016
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Miracema |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/2934 |
Resumo: | As questões que envolvem a reificação da mulher na sociedade perpassam por um emaranhado de fatores históricos e materiais, que têm determinado lugares diferentes aos homens e mulheres nas relações socialmente construídas. Aos homens, o papel de sujeitos universais, às mulheres e segmentos feminizados, o lugar de objeto e paciente, como se essa estrutura fosse parte de uma forma de vida natural, logo, imutável. Essas relações partem de construções concretas, e têm sido sustentadas pelo que compreendemos como um sistema capitalista heteropatriarcal. Esse sistema tem oprimido, explorado e apropriado as mulheres por séculos, se efetivando desde a tentativa de aprisionamento de sua subjetividade, assim como do produto dos seus corpos e de sua força de trabalho, ora desvalorizada, quando da divisão sexual do trabalho, ora invisibilizada no campo do trabalho reprodutivo e/ou do cuidado. Por entendermos que esse conjunto de cargas impostas às mulheres serem parte de uma totalidade social, se manifestando em todas as dimensões e setores da vida, chegamos a essa pesquisa de mestrado, em que buscamos desnudar essas relações sociais de sexo, a partir da particularidade do Golpe de 2016, o qual destituiu a ex presidenta Dilma da presidência do Brasil. Para tal proposta, realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental, através do diálogo com a perspectiva crítica marxista e de feministas materialistas francófonas, além do trabalho de feministas fundamentais no que tange à análise da mulher na sociedade brasileira. É oportuno destacarmos que, o imbricamento entre relações sociais de sexo-raça-classe faz parte desse complexo. Traçamos, a princípio, uma análise conjuntural que envolve a formação social brasileira como ponte dialética para o presente. Em seguida, trabalhamos categorias analíticas como ideologia, conservadorismo, reificação e patriarcado para demonstrarmos que esse complexo dinâmico está intrincado e reverbera na coisificação das mulheres. E, por fim, no último capítulo, desenvolvemos uma análise crítica da linguagem, através das falas proferidas pelos parlamentares na sessão deliberativa de 17 de abril de 2016, por meio do documento do departamento de taquigrafia da Câmara dos Deputados, este contém toda a transcrição dessa sessão. Trabalhamos com a seleção de trechos de falas que configuram a existência de uma face misógina e sexista do golpe, como quando em nome de Deus e da família tradicional monogâmica os parlamentares reiteraram a necessidade e justificativa para o impeachment da presidenta mulher estereotipada e discriminada pelo seu gênero, e mais, por não cumprir o “papel de gênero” que uma sociedade machista espera de uma mulher. Com isso defendemos que a linguagem como categoria analítica se constitui como um dos mecanismos ideológicos para representação de relações concretas de dominação e da luta de classes. |