Pós-história e educação em Vilém Flusser

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Freiberg, Leandro Beck
Orientador(a): Fensterseifer, Paulo Evaldo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Ijuí
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/3061
Resumo: Em 1839 – de acordo com a noção de história de Vilém Flusser (1920-1991) - surge a primeira imagem técnica na civilização – a fotografia - uma imagem elaborada por um aparelho, um produto pós-industrial, resultado de uma “câmara” escura (caixa-preta). Essa imagem técnica introduz um novo horizonte hermenêutico na compreensão humana do mundo. De lá para cá, a complexificação dos aparelhos passa a criar “significações” do mundo e reproduzi las. Inicia-se assim, a maior transformação ontológica na cultura e, portanto, dos modelos comunicológicos sociais. O primeiro grande modelo comunicológico – concebido genericamente – foi a escrita racional demonstrativa (composição alfabética do mundo como Paidéia) e, na modernidade, a galáxia de Gutenberg. O modelo comunicológico alfabético – mesmo considerado em sua estrutura retórica - inicia-se como a tentativa de desmistificar e explicar as imagens tradicionais (não elaboradas por aparelhos), surge, o conceito e a teoria. Nessa etapa, a escola é o lugar da teoria. Escola e escrita, entre outros eventos, são elementos fundacionais de nossa compreensão de história. Junto à multidiversidade dos idiomas e às capacidades idiomáticas representacionais, as culturas elaboram através da história “hermenêuticas” que possam ser transmitidas para as gerações vindouras. Essa transmissão, criação e propagação do “real” pode ser compreendida, provisoriamente, como educação (Paidéia). Tal educação significa que é preciso existir um suporte ontológico nomeado como tecido comunicológico de uma determinada cultura onde os indivíduos interestruturam-se assimetricamente inserindo-se na cultura como possibilidade de tecer e tecer-se historicamente. Até a modernidade e depois com as nomeadas “revoluções burguesas” o tecido comunicológico da “história da humanidade” ocorria como mundo hermenêutico dos idiomas, da escrita e da forma conceitual e dialógica de interpretar a totalidade (cosmos). Com imagem técnica começa a raiar a pós-história. Pós-história é a condição civilizatória quando as imagens técnicas e aparelhos de codificação passam a ser preponderantes aos conceitos na transmissão da “mensagem” cultural. Essa condição é caracterizada pela codificação “totalizante” do tecido comunicológico social por aparelhos cada vez mais insistentes, centralizados, automáticos e totalitários. A preponderância dos aparelhos, nessa situação, passa a “programar” a história: é a pós-história em forma de aparelhos/dispositivos (Ge-Stell), funcionários e programadores. O trabalho que se segue indaga sobre a condição da educação frente aos conceitos sobrepujados pelas imagens técnicas, ou seja, a educação na pós-história em Vilém Flusser.