A paisagem cárstica da bacia do Rio Sobrado, região sudeste do Tocantins, sob a ótica da geoecologia da paisagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nascimento, Heloisa Rodrigues
Orientador(a): Morais, Fernando de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/6774
Resumo: As paisagens cársticas oferecem diversos recursos naturais e serviços ecossistêmicos. Por apresentar alta fragilidade, esses ambientes carecem de um planejamento integrado, de maneira a evitar ou mitigar os impactos ambientais decorrentes de sua ocupação. Para compreender a estrutura e a dinâmica da paisagem cárstica da bacia do rio Sobrado, situada na região sudeste do estado do Tocantins, a Geoecologia da Paisagem apresenta- se como um modelo teórico e metodológico, visto que analisa a interação entre a dinâmica natural e a social. Para tanto, realizaram-se os procedimentos metodológicos envolvendo delimitação da área de estudo e levantamento das informações ambientais que caracterizam a bacia hidrográfica do rio Sobrado (BHRS); elaboração dos mapas de uso e cobertura da terra para os anos de 1985, 2000, 2015 e 2020; análise ecológica com ênfase nos resultados obtidos pelas métricas da paisagem; análise geográfica a partir da compartimentação das unidades geoecológicas da paisagem, utilizando a sobreposição dos temas: geomorfologia, declividade, hipsometria, geologia e solos, e posterior associação aos níveis de uso e ocupação da terra atual; elaboração do mapa exploratório de fenômenos cársticos; e análise multitemporal do uso e da cobertura da terra e fragmentação para as unidades geoecológicas com presença de feições cársticas e atrativos turísticos. Foram identificadas 37 unidades geoecológicas na abrangência da BHRS, sendo a pastagem a classe de uso predominante na bacia. Verificou-se que as unidades geoecológicas situadas no topo da Serra Geral possuem como uso atual a agricultura temporária, porém as unidades situadas nas áreas de escarpa e próximas à Serra Geral apresentam a vegetação nativa preservada. Nas unidades com a presença de relevo suave a intermediário, ocorreu conversão das áreas de vegetação nativa em pastagens ou agricultura, seguida da ocorrência do processo de fragmentação dos remanescentes e diminuição de sua qualidade, principalmente substituição dos fragmentos da formação campestre e subdivisão dos fragmentos com área superior a 100 hectares para aqueles pertencentes à Formação Savânica e Florestal. A partir da sobreposição do mapa de unidades geoecológicas com o mapa exploratório de fenômenos cársticos, verificou-se que 14 unidades apresentam feições cársticas e atrativos turísticos em sua abrangência, com características que retratam a presença do Grupo Bambuí e do Grupo Urucuia, respectivamente, solos mais suscetíveis à ocorrência de processos erosivos e avanço das atividades humanas sobre a vegetação nativa e a fragmentação dos remanescentes. Tal situação gera efeitos negativos como modificação da paisagem e ampliação da pressão antrópica sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Por outro lado, ainda predominam remanescentes das Formações Savânicas e Florestais vinculadas à existência de maciços de afloramento de rochas carbonáticas, matas ciliares e áreas com relevo movimentado. As informações obtidas poderão servir de subsídio para implantação do planejamento e gestão ambiental sustentável a fim de promover uso racional dos recursos naturais.