Efeitos da deriva de agrotóxicos oriunda de atividade agrícola no município de Rio Sono (TO) e avaliação da legislação quanto a deriva dessas substâncias para a flora de áreas protegidas de imóveis rurais
Ano de defesa: | 2018 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Porto Nacional |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ecótonos - PPGEE
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
BR
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/938 |
Resumo: | Quando pulverizado, parte do agrotóxico pode se perder para o ambiente, principalmente por deriva. Com isso, substâncias como glifosato podem atingir áreas não-alvos, como a flora de áreas protegidas que compõem o mosaico agrícola. Sendo as plantas consideradas bioindicadoras, este capítulo objetivou avaliar as respostas morfoanatômicas de Bowdichia virgilioides KUNTH. (Fabaceae) à deriva de glifosato, em áreas protegidas de imóveis rurais em Rio Sono – TO. Foram realizadas duas coletas de material vegetal (folhas), em duas fazendas, para dez indivíduos na Área de Reserva (AR) e dez na Faixa Adjacente à Lavoura (FAL). As folhas coletadas foram reservadas para a realização das análises visual, anatômica e micromorfométrica, sendo escolhidas aleatoriamente. A análise visual foi realizada com a classificação de cinco folhas, de cada indivíduo, em cinco classes, que variaram de 0 a 100% de lesão. Posteriormente, realizou-se o índice de injúria foliar (IIF) e o índice de severidade (IS) para as duas áreas, em cada coleta. Na análise anatômica fez-se cinco cortes, na região mediana de cinco folíolos, de folhas diferentes. Após, realizou-se técnicas usuais de anatomia e utilizouse fotomicroscópio para a obtenção de imagens. Já para a análise micromorfométrica, escolheuse um corte, para cada uma das cinco lâminas de cada indivíduo, de ambas as áreas em cada coleta. Posteriormente, usou-se o software Anati Quanti para mensurações da espessura de cada tecido foliar, sendo tais dados expressos em médias. Com o software estatístico R, verificou-se as similaridades de cada tecido entre a AR e a FAL, assim como, entre coletas realizadas em uma mesma área. Na avaliação visual foram percebidos sintomas de cloroses e necroses. As plantas da FAL, principalmente na segunda coleta, apresentaram os maiores IIFs, assim como os maiores ISs. Possivelmente, estes índices foram influenciados pelo fato destas plantas estarem na borda da área de manejo agrícola; e, a segunda coleta ter sido exposta ao efeito de deriva por maior período, sujeita também, a ocorrência de outras derivas de mais pulverizações na lavoura. Sintomas como plasmólise celular, hiperplasia, proliferação (tecido de cicatrização) e colapso celular foram encontrados. Provavelmente, o herbicida provocou tais sintomas, já que outros autores, em estudos com simulação de deriva de glifosato, inclusive com B. virgilioides verificaram tais sintomas. Na micromorfometria a espessura do parênquima paliçádico (PP) apresentou diferenças nas plantas da AR e FAL na segunda coleta, e, nas plantas da FAL, em todas as coletas. Na segunda coleta, as diferenças encontradas nos tecidos das plantas de áreas diferentes podem ter sido ocasionadas devido a maior exposição, dos indivíduos da FAL, ao sol, possuindo assim maior espessura. A diferença entre os tecidos, das plantas coletadas entre primeira e segunda coleta na FAL, provavelmente aconteceu devido ao alongamento expressivo das células do PP na segunda coleta. Em outros estudos, doses intermediárias, na simulação de deriva, demonstraram um aumento na espessura do PP, o que provavelmente também ocorreu neste trabalho. Diante destes resultados, percebeu-se que, possivelmente, o glifosato pulverizado na lavoura, pela deriva, tem alcançado as áreas protegidas dos imóveis rurais provocando alterações visuais, anatômicas e morfométricas nas plantas de B. virgilioides, nativa do Cerrado. |