Ventilação mecânica protetora nos pacientes com suspeita de infecção pelo vírus influenza
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Medicina Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Infectologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1750 |
Resumo: | Muitos pacientes com insuficiência respiratória aguda devido à influenza necessitam de suporte ventilatório. No entanto, a própria ventilação mecânica pode exacerbar o dano pulmonar e aumentar a mortalidade. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da estratégia de ventilação mecânica protetora nos pacientes com suspeita de infecção respiratória por influenza. Trata-se de um estudo com abordagem retrospectiva e prospectiva realizado na unidade de terapia intensiva e na unidade de pronto socorro do HC/UFTM filial EBSERh, em Uberaba - MG. Retrospectivamente, identificamos as estratégias de ventilação mecânica usualmente adotadas em pacientes com suspeita de infecção respiratória por influenza durante os primeiros sete dias de intubação orotraqueal, nos anos de 2015, 2016 e 2017 no HC/UFTM filial EBSERh e avaliamos os dados das necropsias dos pulmões dos pacientes que foram a óbito nos prontuários analisados. Prospectivamente, implementamos um protocolo de ventilação mecânica protetora independente de equipamentos sofisticados, baseado na minimização do colapso e hiperdistensão alveolar. Buscando esclarecer quais estratégias de ventilação mecânica seriam adequadas para os casos suspeitos de influenza, realizou-se uma revisão sistemática de literatura buscando responder à pergunta: a estratégia protetora de ventilação mecânica com limitação do volume corrente e a manobra de recrutamento alveolar na Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza seria capaz de reduzir o tempo de ventilação mecânica e aumentar a sobrevida em 28 dias nesta população? Na fase retrospectiva, foram identificados 60 prontuários referentes aos pacientes com notificação de SRAG por suspeita de influenza nos anos de 2015, 2016 e 2017, porém, 40 foram excluídos. Dos 16 casos que evoluíram para o óbito, necropsias foram realizadas em oito indivíduos. Foi possível verificar que a estratégia de ventilação encontrada durante os primeiros 7 dias foi caracterizada pela utilização de altos volumes correntes e altos valores de fração inspirada de oxigênio. Ademais, nas avaliações das necropsias, observou-se infiltração neutrofílica em 37,5% dos casos, achado que pode ser resultado de hiperdistensão e colabamento causados por grandes volumes e altas pressões inspiratórias ou também de infecção bacteriana superposta. Na fase prospectiva, quatro pacientes foram submetidos ao protocolo. Observou-se melhora inicial da oxigenação e mecânica respiratória em todos os casos. Entretanto, nossos resultados indicam que a estratégia de ventilação mecânica aplicada pode ser otimizada. Na revisão sistemática, a população estudada foi de indivíduos adultos com diagnóstico de SRAG por Influenza, que receberam estratégia protetora de ventilação mecânica com baixos volumes correntes e/ou manobra de recrutamento alveolar comparada com qualquer outra estratégia. As buscas nas bases de dados resultaram em um encontro do total de 408 referências, porém, apenas 1 artigo preencheu os critérios de elegibilidade. Na literatura, a escassez de artigos sobre a estratégia de ventilação protetora em Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) secundário à infecção por influenza não permite concluir se essa estratégia é capaz de reduzir o tempo de ventilação mecânica e/ou melhorar a sobrevida nessa população. A literatura carece de mais estudos que permitam conclusões robustas. |