Atividade e complexidade no EEG e impacto do efeito do treinamento fisico e cognitivo na COVID longa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: MORAIS, Gislene Diniz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1500
Resumo: Introdução: Os pacientes afetados pelo novo coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) podem desenvolver um amplo espectro de manifestações neurológicas, com redução da atividade cerebral e piora da função cognitiva no primeiro ano da doença. Além disso, diversos tratamentos de reabilitação vêm sendo desenvolvidos com objetivo de reduzir o impacto funcional da COVID longa. Objetivos: esta dissertação de mestrado teve dois objetivos, apresentados em duas propostas de artigos: 1) avaliar a atividade e complexidade do eletroencefalografia (EEG) em tarefas motoras e cognitivas na COVID longa: análise de coorte prospectiva; 2) avaliar o impacto do treinamento físico-cognitivo com auxílio de smartphone sobre habilidades cognitivas na COVID longa: ensaio clínico randomizado. Métodos: Para o primeiro objetivo foi realizado estudo de coorte prospectivo de pacientes com SARS-Cov-2 com duração de 12 meses. Participaram 83 indivíduos, sendo 53 com infecção por SARS-Cov-2 e 30 assintomáticos. Foi avaliada a atividade elétrica cerebral por meio de EEG sobre os locais de representações das áreas frontais, centrais e temporais durante o repouso, tarefa motora e cognitiva. Foram extraídos parâmetros de Hjorth (1970) no domínio do tempo (atividade e complexidade), com base em características não lineares do EEG. As avaliações foram realizadas de 0-3 meses, 3-6 meses e 6-12 meses após quadro de infecção aguda. Para o segundo objetivo foi realizado Ensaio Clínico Randomizado (ECR) unicêntrico, uni-cego e de grupos paralelos com indivíduos com COVID longa (fase crônica) randomizados em dois grupos: 1) PTC (treinamento físico e cognitivo): n=25 e 2) PT (treinamento físico, controle): n=22. As habilidades cognitivas foram avaliadas por meio do aplicativo móvel CogScore4, que mensura: tempo e a qualidade de reação, e de decisão, atenção e controle da impulsividade. A intervenção foi realizada três vezes por semana, totalizando 15 sessões, de aproximadamente 30 minutos cada. As sessões de treinamento físico foram disponibilizadas no YouTube, e o treinamento cognitivo no aplicativo móvel Sensorial Moove1. Resultados: No primeiro estudo foi observado que a atividade e a complexidade diminuíram em todos os canais avaliados durante o TMT-A e TMT-B, porém, a atividade e a complexidade aumentaram em todos os canais durante o BBT. Na comparação entre os grupos houve aumento da atividade em repouso no grupo COVID-19 (0-3 meses) e aumento da atividade no TMT-A no grupo COVID-19 (0-3 meses) comparado ao controle, aumento da atividade no TMT-B no grupo COVID (3-6 meses) comparado ao controle, e redução da atividade em repouso e durante tarefa cognitiva de 6-12 meses (fase mais tardia). Na análise de complexidade do EEG, houve alteração em apenas um canal (canal 2). Houve redução da complexidade no repouso no grupo COVID-19 aos 6-12 meses comparada ao grupo controle, e aumento da complexidade durante o TMT-A no grupo COVID-19 aos 6-12 meses comparada ao grupo controle. No estudo 2 foram observados aumento na qualidade de decisão após intervenção em ambos os grupos: PCT (p<0,001), PT (p=0,003), diferença entre as avaliações finais dos grupos PCT e PT (p=0,007), indicando aumento da qualidade de decisão no grupo PCT em relação ao PT. Foi observado aumento na atenção e controle da impulsividade após intervenção em ambos os grupos: PCT (p=0,001), PT (p=0,004) e PCT(p=0,0004), PT (p=0,02), respectivamente. Conclusão: Foi observado padrão de atividade e complexidade aumentado nas tarefas cognitivas e reduzido durante a tarefa motora em ambos os grupos. Além disso, foi observado aumento da atividade em repouso e no TMTA nas fases iniciais; redução da atividade e complexidade em repouso e durante tarefa cognitiva na COVID longa comparada ao grupo controle. No estudo 2, observamos que o grupo PTC apresentou melhor desempenho na variável qualidade de decisão em relação ao controle.