Grupos de educação em saúde com idosos: educação permanente com profissionais da atenção primária
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/222 |
Resumo: | Grupos de educação em saúde com idosos podem contribuir para a valorização da vida, autocuidado e crescimento pessoal, possibilitando um envelhecimento ativo com maior qualidade de vida. Entretanto, a realização desses grupos ainda não se caracteriza como uma ação frequente na Atenção Primária à Saúde (APS). O objetivo desta pesquisa foi desenvolver e avaliar a implementação de uma ação de educação permanente sobre grupos de educação em saúde com idosos. Trata-se de um estudo com abordagem quali-quantitativa, que utilizou como estratégia metodológica a pesquisa-ação. O estudo foi realizado na APS de Uberaba com profissionais de saúde e gerentes das unidades básicas. Foram realizadas as seguintes etapas: diagnóstico situacional e identificação de temas de interesse para uma atividade educativa no contexto de criação e manejo de grupos de educação em saúde com idosos; discussão com representantes sobre uma proposta de ação de educação permanente; implementação e avaliação da atividade. Os dados foram coletados por meio de questionários semi-estruturados em três etapas: no diagnóstico inicial, que ocorreu no período de agosto a dezembro de 2013; ao final da atividade educativa, entre maio e agosto de 2014; e 120 dias após, entre outubro de 2014 e janeiro de 2015. Os dados quantitativos foram submetidos à análise estatística, e o material qualitativo transcrito na íntegra e exposto ao método de análise do Discurso do Sujeito Coletivo. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e da Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba. Os resultados do diagnóstico situacional mostraram que 96,4% dos profissionais investigados consideraram importante a participação do idoso em grupos de educação em saúde, contudo apenas 36,4% apontaram a existência dessas ações em suas unidades. Verificou-se que na ocorrência dos grupos educativos com idosos em geral eles são semanais, conduzidos pelo enfermeiro e abordam temas definidos a partir das necessidades observadas pelos profissionais. A respeito dos conhecimentos acerca do tema educação em saúde com idosos, 55,1% dos participantes afirmaram que a sua graduação não ofereceu formação suficiente para esta prática, e 64% apontaram que esse assunto não é discutido em práticas de educação permanente, quando estas ocorrem. Os profissionais consideraram necessários para condução dos grupos conhecimentos relativos a dinâmicas, doenças e agravos, planejamento das ações e didática. A partir das necessidades apontadas pelos profissionais, bem como discussões com atores representativos foi realizada uma ação educativa. A atividade atendeu aos pressupostos da Educação Permanente em Saúde e, os temas abordados incluíram aspectos organizacionais das ações de educação em saúde, técnicas ludopedagógicas para operacionalização dos grupos, assuntos de interesse para os idosos e principais agravos de saúde na terceira idade. Contou com a participação de 98 profissionais, sendo que destes 86 responderam ao questionário de avaliação. Houve predominância de participantes do sexo feminino, faixa etária entre 31 a 50 anos, maioria de enfermeiros, seguido de agentes comunitários de saúde e cirurgiões-dentistas. Na avaliação da aplicabilidade da ação educativa, os discursos refletiram o reconhecimento dos profissionais de que os grupos de educação em saúde podem interferir na vida do idoso, tanto por se configurar como um instrumento para o empoderamento e incremento da qualidade de vida, quanto por ser um espaço de socialização. Consideraram importante para a criação desses grupos as condições técnico-estruturais e os temas, e, apontaram a educação permanente como facilitadora para criação de grupos, bem como promotora de reflexão da prática, com possibilidades de aplicação dos conhecimentos. Quanto à percepção dos profissionais em relação aos efeitos da ação de educação permanente no trabalho, após 120 dias foi observado impacto positivo do treinamento e do suporte à transferência. Quanto à opinião dos participantes, evidenciou-se que a maioria referiu que a atividade promoveu mudança em sua prática. Os profissionais relataram uma releitura dos grupos existentes com diversificação nos recursos utilizados, e reconheceram o manejo dos grupos com mais conhecimento, segurança e respeito ao idoso após a atividade educativa. Por outro lado, dificuldades para a implementação das ações também foram apontadas. Considera-se que os resultados da pesquisa foram positivos, tanto no que se refere à participação dos profissionais em todo o processo da pesquisa, como nos efeitos que a ação educativa obteve, demonstrando que a educação permanente junto a esses atores abre caminhos para a construção de uma atenção diferenciada aos idosos. |