A queixa escolar na concepção de professores da cidade de Patos de Minas/MG: subsídios para a formação docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: CAIXETA, Natália Maria Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais - IELACHS::Curso de Graduação em Letras
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1491
Resumo: Objetivamos compreender, através desse trabalho, como os professores do Ensino Fundamental I (anos iniciais), da rede municipal e estadual da cidade de Patos de Minas/MG, atuantes em sala de aula, percebem a queixa escolar presente no seu cotidiano. O tema da queixa escolar parte da compreensão de que as mudanças pedagógicas, tecnológicas, políticas e socioculturais que constantemente ocorrem na atual sociedade globalizada e tecnológica influenciam diretamente o contexto escolar, porque exigem uma reorganização e uma atualização constante de todos os agentes envolvidos com a educação, sendo eles professores, alunos, responsáveis, equipe diretiva, comunidade e outros profissionais. A formação inicial e contínua dos professores deve ser repensada, pois com a chegada de novos conhecimentos e de novas propostas, que modificam a concepção sobre o ensinar e o aprender e sobre as práticas pedagógicas, surgem também novas demandas no processo de ensino-aprendizagem. Apesar de a aprendizagem ser um processo multifacetado e de responsabilidade de todos – Estado, família, aluno, instituição escolar e comunidade -, as queixas escolares, ou seja, as diferentes dificuldades no processo de escolarização e ensino são percebidas, historicamente e persistentemente, como responsabilidade única principalmente dos estudantes, e, posteriormente, de suas famílias ou de seus professores. Dessa forma, essa pesquisa foi norteada pela perspectiva teórica da Psicologia Histórico-Cultural e justifica-se pelo fato de que a queixa escolar surge e se mantém no espaço da escola, e, por isso, ela não será compreendida se o olhar investigativo for direcionado apenas ao aluno, visto que ela é fruto de uma relação entre os diferentes atores envolvidos nesse contexto. A metodologia para a realização da pesquisa foi a abordagem qualitativa, a partir do estudo de referenciais teóricos e da realização da coleta de dados. Foi realizada uma entrevista semiestruturada com 5 professoras e a análise das entrevistas nos permitiu constatar que as educadoras compreendem, majoritariamente, a queixa escolar como consequência de uma desestrutura familiar e de uma ausência da família na participação e monitoramento da vida escolar dos filhos. Destacamos que o aluno também foi apontado como aquele que possui as dificuldades de aprendizagem e de comportamento, sendo comumente encaminhado para atendimentos em serviços de saúde. No entanto, o cenário escolar após a pandemia da COVID-19 e fatores macrossociais, como as condições de trabalho docente, também foram descritos como intervenientes na queixa escolar. Observamos um sutil avanço na maneira das professoras compreenderem os dilemas escolares, uma vez que também apresentaram um olhar direcionado para as variáveis políticas, curriculares, sociais e econômicas que permeiam o cotidiano institucional. Por outro lado, o discurso das entrevistadas demonstra que a queixa escolar ainda é justificada, em grande parte, por teorias exclusivamente inatistas ou ambientalistas, o que dificulta a superação do fracasso escolar enquanto fenômeno sócio-histórico. Destacamos a necessidade de a queixa escolar ser abordada na formação docente, pois compreendemos que o percurso formativo deve atender às necessidades e às dificuldades vivenciadas pelo professor em seu cotidiano, o qual está em constante transformação.