(Re) Pensando uma formação antirracista para o século XXI: desafios e possibilidades para docentes do ensino médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: ROCHA, Anna Carolina de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais - IELACHS::Curso de Graduação em Letras
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1235
Resumo: Esse estudo objetiva levantar os desafios enfrentados por docentes do Ensino Médio durante seu percurso de formação para preparar cidadãos e cidadãs do século XXI considerando a Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) e a Lei nº 10.639/03 como instrumentos pedagógicos para construir uma escola antirracista. Entendendo as dimensões da ERER como ações sistemáticas que contribuem para o desvelamento e ressignificação do ideário preconceituoso o qual constituiu uma cultura escolar que invisibilizou a diversidade sociocultural e racial brasileira. Posto isto, os objetivos específicos desta pesquisa foram: (1) Identificar quais percursos formativos e acervos bibliográficos disponíveis aos docentes sobre Educação das Relações Étnico Raciais; (2) Elencar como docentes que já participaram de formações relativas à Educação para as Relações Étnico-Raciais enfrentaram e/ou enfrentarão desafios para desenvolver suas práticas pedagógicas usando a Lei nº 10.639/03 como referência no intuito de efetivar uma educação antirracista. A pesquisa foi desenvolvida com o professor do Ensino Médio participante do curso “Educação, Currículo, Africanidades e Brasilidades: saberes e fazeres para uma educação antirracista” ofertado e ministrado pela Professora Mestre Rosa Margarida de Carvalho Rocha entre outubro de 2020 e janeiro de 2021. A pergunta que pauta o problema desta pesquisa é: de que maneira fazer face à implementação da Lei nº 10.639/03 por meio de formação consistente sobre a temática da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) pensando os docentes e as especificidades do Ensino Médio? Foi possível constatar, a partir deste estudo, que as formações para os docentes desta etapa da educação básica necessitam observar: conhecimentos sócio-históricos sobre o povo negro; acesso a bibliografia renovada sobre o trato das questões raciais; domínio de estratégias didáticas para tratar do tema curricularmente em diálogo com os conhecimentos das várias áreas, além de reflexões sobre conceitos e preconceitos. Assim, a pesquisa mostrou que os desafios enfrentados pelos docentes estão relacionados a: falta de tempo e qualificação adequados para elaboração de atividades práticas interdisciplinares relativas ao tema, falta de apoio da gestão educacional e institucional no sentido de não abrir espaço para debates e capacitações em serviço, falta de trabalho coletivo para que projetos não sejam pontuais ou secundários no calendário escolar. As possíveis soluções para a prática laboral no intuito de incitar a construção de uma escola antirracista para e pela comunidade escolar, estão baseadas nos oito princípios da Professora Rosa Margarida Rocha que, em suma, estão ligados a: multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, valorização do povo negro, diversidade étnica no cotidiano, combate ao etnocentrismo, cultura e currículo escolar, extensão de materiais estereotipados, linguagem e letramento racial, soluções pedagógicas e formação docente. Quanto aos procedimentos metodológicos, a pesquisa se caracteriza como qualitativa quanto à sua abordagem que se justifica na medida em que foi possível levantar opiniões e concepções dos professores do Ensino Médio pesquisados quanto ao trato das relações étnico-raciais na sua prática pedagógica. O instrumento de pesquisa utilizado foi o questionário com perguntas semiestruturadas utilizando o aplicativo de formulários 7 Google Forms online em função do momento pandêmico pelo qual o mundo passa. A perspectiva epistemológica deste estudo trouxe os pensadores Marco de Almeida, Livia Saches, Mariléia Cruz e Surya Barros. No intuito de explicitar sobre os impactos dos tipos de racismos presentes na escola e a busca pela equidade educacional, Kabengele Munanga e Miguel Arroyo. Complementando o diálogo teórico, trouxemos para refletir acerca dos desafios enfrentados pelos professores para formar-se em Educação para as Relações Étnico-Raciais, Nilma Lino Gomes, Eliane Cavalleiro e Rosa Margarida. Além de apresentar as diretrizes jurídicas e educacionais que formam o arcabouço normativo que fundamentam a Lei nº 10.639/03, como o Estatuto da Igualdade Racial e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação para as relações étnico-raciais.