Avaliação do perfil de citocinas na secreção endocervical de pacientes com nic II e III tratadas com interferon alfa peguilado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MUNDIM, Fabiano Vilela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/828
Resumo: A neoplasia intraepitelial cervical como consequência da transformação carcinogênica causada pelo HPV é hoje um dos principais fatores de intercorrências no aparelho genital feminino. Além do câncer invasivo do colo uterino; intervenções do tratamento, como conização e LEEP podem levar a complicações obstétricas, com consequente infertilidade. Avanços na compreensão do sistema imune têm levado a novas estratégias de tratamento. As citocinas são um grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células durante as respostas imunes, e entre elas, o interferon possui papel imprescindível nos mecanismos de proteção antiviral, exercendo potentes efeitos imunomodulatórios e no controle do crescimento celular. Estimular o sistema imunológico a reconhecer células modificadas ou infectadas tem sido um grande desafio. Dessa maneira, foi avaliada a resposta imune local nas secreções de pacientes com lesões neoplásicas de alto grau tratadas com IFN-α 2b peguilado. Para tanto, foi realizada uma terapia com seis doses da medicação (Interferon α 2b peguilado) em 16 pacientes diagnosticadas com lesão de alto grau; e em cada aplicação do tratamento, durante a inspeção especular foram coletadas amostras das secreções para dosagem de citocinas (IL-2, IL-12, TNF, IFN-γ, TGF-β, IL-4, IL-10) por ensaio imunoenzimático (ELISA). Como metodologia do estudo, as pacientes foram divididas em três grupos, (Geral, Boa e Má respostas) baseadas nos resultados das biópsias coletadas durante o tratamento; antes da terapia (1ª aplicação) e após o tratamento (6ª aplicação). Para a avaliação dos resultados utilizou-se os testes estatísticos de Friedman e Mann-Whitney considerando-se a amostragem significante quando p≤0,05. Diante dos resultados obtidos, verificou-se que 43,75% das pacientes obtiveram resposta clínica satisfatória. Na avaliação das citocinas, foram observadas grandes variações durante a terapia, com alterações significativas durante todo o tratamento e entre os períodos de aplicações, das quais podemos destacar o TGF-β (Grupo geral), com diminuição significativa durante o tratamento com todas as pacientes (p=0,035), e entre a 1ª e 4ª e 4ª e 5ª aplicações (p=0,0420/p=0,0285). A citocina TNF-α no grupo de pacientes com Boa resposta à terapia apresentou o mesmo perfil de diminuição estatisticamente relevante (p=0,011/p=0,070/p=0,0379) durante os períodos de aplicação (1ª e 6ª, 2ª e 6ª e 4ª e 6ª aplicações), com tendência a manter esse aspecto no término da terapia. Na análise da IL-4 entre no grupo de pacientes com Má resposta, foram verificados resultados significantes (p=0,018/p=0,0258) com uma diminuição durante as aplicações (1ª e 5ª e 1ª e 6ª aplicações). Além disso, observou-se também que essa citocina apresentou dados significantes na 1ª aplicação quando comparados os dois grupos de pacientes (Boa e Má respostas) durante os períodos da terapia (p=0,0229). Esses dados nos permitem concluir que o perfil predominante naquelas pacientes que tiveram falha na terapia parece estar associado com níveis aumentados da IL-4, no início do tratamento; e que ainda uma diminuição do TGF-β e do TNF-α podem estar relacionados com aquelas pacientes que responderam ao tratamento. Contudo, de uma maneira geral, a imunoterapia com IFN α-2b peguilado mostrou-se satisfatória quando comparamos com outros trabalhos similares na literatura, sugerindo que esse tratamento possa ser uma opção terapêutica no futuro, principalmente para mulheres jovens, onde tratamentos agressivos das neoplasias e suas complicações possam ser evitados.