Avaliação do perfil de citocinas em culturas celulares derivadas de pólipos nasais eosinofílicos (antes e após a ação do interferon-α) e pesquisa de células natural killer t invariante (iNKT) em pólipos nasais eosinofílicos
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/651 |
Resumo: | Introdução: a rinossinusite crônica (RSC) é uma doença extremamente complexa e heterogênea caracterizada por inflamação na mucosa nasossinusal por mais de 12 semanas. Mostra-se bastante incidente na população geral e com relevante impacto na qualidade de vida desses pacientes, além de demandar elevados custos relacionados com seu tratamento. Atualmente, a RSC é classificada fenotipicamente em RSC sem pólipos nasais (RSCsPN) e RSC com pólipos nasais (RSCcPN). As bases moleculares e celulares desses dois fenótipos são distintas. Enquanto a RSCsPN caracteriza-se por padrão inflamatório Th1 com predomínio neutrofílico, 80% da RSCcPN, no Ocidente, exibe padrão inflamatório Th2 com predomínio eosinofílico. De acordo com os consensos vigentes, os corticosteroides, os antibióticos e a cirurgia constituem as principais alternativas terapêuticas. Entretanto, não raramente, essas possibilidades de tratamento falham por não atingirem o controle clínico adequado dos pacientes, em especial daqueles que apresentam padrão de citocinas Th2, intenso infiltrado eosinofílico e asma. Os interferons (IFNs) compreendem um conjunto de glicoproteínas que, devido às suas ações imunomoduladora, antiviral e antiproliferativa, são amplamente usadas no tratamento de vasta variedade de doenças crônicas. Também ocupam lugar definido no tratamento de doenças eosinofílicas, tornando-se uma opção em casos de pacientes refratários à corticoterapia ou, conjuntamente a essa, a fim de reduzir a dosagem do corticosteroide. Objetivo: esta pesquisa visa avaliar a ação do IFN-α sobre a produção da citocina Th2 subtipo IL-4, das citocinas Th1 subtipos IFN-γ e IL- 2, das citocinas pró-inflamatórias IL-6 e TNF-β e da citocina regulatória IL-10 em culturas celulares de pólipos nasais eosinofílicos, assim como detectar a presença de células iNKT e seus receptores de ativação (NKG2D) e de inibição (KIR) no tecido polipoide nasal. Método: foram realizadas culturas celulares a partir de amostras de tecido polipoide nasal coletadas de 13 pacientes com RSCcPN eosinofílica. Os pólipos foram considerados eosinofílicos segundo o exame histopatológico (>20 eosinófilos/campo de grande aumento). As culturas celulares7 foram estimuladas com 3000 UI de IFN-α. As concentrações do IFN-γ, TNF-α e interleucinas 2, 4, 6 e 10 foram avaliadas, por citometria, no sobrenadante das culturas celulares, antes e após a estimulação com IFN-α. Avaliou-se também, a concentração de células iNKT e seus receptores NKG2D e KIR nas amostras de tecido polipoide nasal eosinofílico. Resultados: entre os pacientes da amostra, 61% eram homens. A média de idade do grupo era 53 anos. 46% dos pacientes eram asmáticos. Os pacientes apresentaram elevados valores para os índices de LundMackay (média igual a 17 para total de 24) e Lund-Kennedy (média igual a 3,69 para total de 4). Houve diminuição significativa da concentração de IL-4 (p = 0,0078), em relação aos controles, 24 horas após a exposição das culturas à ação do IFN-α. Observou-se também que a redução da concentração de IL-4 foi significativamente mais intensa nas culturas avaliadas 24 horas após o estímulo do IFN-α, comparativamente às culturas avaliadas 12 horas após (p = 0,0039). Com relação à IL-6 (p = 0,0186), à IL-10 (p = 0,0039) e ao IFN-γ (p = 0,0039), as culturas celulares dos pólipos nasais eosinofílicos apresentaram, relativamente aos controles, aumento significativo das suas concentrações, 24 horas após à ação do IFN-α. Notou-se também que a elevação da concentração destas citocinas foi significativamente mais relevante nas culturas avaliadas 24 horas após o estímulo do IFN-α, comparativamente às culturas avaliadas 12 horas após (p = 0,0039 para IL-6, p = 0,0091 para IL-10 e p = 0,0269 para IFN-γ). Ao que se refere às interleucinas IL-2 e TNF-α, não houve diferença significativa nas suas concentrações, em relação aos controles, após a estimulação das culturas com o IFN-α. Houve aumento significativo da concentração de células iNKT e seu receptor de ativação NKG2D no tecido polipoide nasal, em relação à mucosa sinusal de pacientes controle. Não houve diferença significativa na concentração do receptor de inibição KIR. Conclusão: a análise dos resultados demonstra que o IFN-α alterou o padrão de citocinas nos sobrenadantes das culturas celulares dos pólipos nasais eosinofílicos. A estimulação das culturas com IFN-α produziu diminuição significativa da concentração da IL-4 (perfil Th2) e aumento significativo da IL-10 (perfil regulatório), do IFN-γ (perfil Th1) e da IL-6 (pró-inflamatória). Estas observações, em conjunto, sugerem que a ação do IFN-α, in vitro, promove um rebalanceamento dos perfis inflamatórios nas culturas celulares dos pólipos nasais eosinofílicos, favorecendo a expressão de citocinas Th1 e regulatórias, em detrimento das citocinas do padrão Th2. Os resultados demonstram também que o tecido polipoide8 nasal eosinofílico apresenta, significativamente, maior população de células iNKT e seu receptor de ativação NKG2D, comparativamente à mucosa sinusal controle. |