Perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos em Minas Gerais, 2007-2010.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: DIAS, Patrícia Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1672
Resumo: Atualmente, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. As intoxicações por agrotóxicos constituem grave problema de saúde pública, pois é a segunda causa mais frequente de intoxicação dentre as intoxicações exógenas. Entre os efeitos crônicos de vários agrotóxicos salientam-se carcinogenicidade, mutagenicidade, efeitos na fertilidade animal, danos ao sistema reprodutivo masculino, desregulação hormonal e neurotoxicidades. Os objetivos deste estudo foram: descrever o perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxico no estado de Minas Gerais (MG), entre 2007 e 2010; descrever a incidência, mortalidade e letalidade das intoxicações por agrotóxicos segundo ano, sexo e faixa etária; analisar o risco relativo de intoxicação segundo sexo, faixa etária, zona de contaminação e circunstância; analisar a Completude dos campos da Ficha de Investigação por Intoxicação Exógena (FIIE); verificar os municípios que realizaram a notificação desse agravo. Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, quantitativo, de base territorial desenvolvido em Minas Gerais, entre 2007 e 2010. Utilizou-se o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) relativo às Intoxicações Exógenas por Agrotóxicos. Para gerenciamento e análises dos dados foram utilizados os softwares Excel e SPSS 19.0. Foram calculados: as frequências absolutas e porcentuais; a incidência, a mortalidade e a letalidade; o risco relativo por sexo, faixa etária, zona de residência e circunstância da intoxicação. Foram notificadas 2.988 intoxicações por agrotóxicos. As maiores frequências foram na faixa etária de 20 a 29 anos, com 833 (27,9%) casos; no sexo masculino, com 1.729 (57,9%) notificações; cor da pele branca, 1.171 (39,2%) casos e zona de residência urbana, 1.585 (53%) casos. Os raticidas foram responsáveis pela maioria das intoxicações, 1.699 (56,9%) casos; seguidos pelos agrotóxicos de uso agrícola, 929 (31,1%) casos; agrotóxicos de uso doméstico, 272 (9,1%) casos e agrotóxicos usados em saúde pública, 88 (2,9%) casos. A tentativa de suicídio foi a circunstância mais frequente, 1.785 (59,7%) casos; seguida por acidental, 748 (25%) casos. A incidência e a mortalidade foram crescentes. Os maiores índices de letalidade foram nos extremos das faixas etárias. Houve maior número de casos na zona urbana, e o Risco Relativo de intoxicação foi maior na zona rural para quase todas as circunstâncias. Não houve melhoria na qualidade dos dados e campos importantes foram classificados como ruins ou muito ruins. Houve aumento progressivo de municípios que realizaram notificação. As Gerências Regionais de Saúde que mais notificaram foram: Belo Horizonte (13,6%), Patos de Minas (9,3%) e Pouso Alegre (9,1%). Conclui-se que o perfil mais acometido foram de homens entre 20 e 29 anos, de pele branca, da zona urbana, baixa escolaridade e empregados. Em idosos e crianças a letalidade foi maior e a incidência e a mortalidade aumentaram no período. Ser residente na zona rural e do sexo masculino foi fator de risco para intoxicação. Houve aumento no número de municípios que realizaram notificações, porém com baixa qualidade.