Intoxicações por agroquímicos no Brasil: análise temporal das características epidemiológicas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: QUEIROZ, Paulo Roberto.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar - CCTA
PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/871
Resumo: O agronegócio no Brasil tem causado importantes transformações no território, com impactos significativos sobre a saúde humana em função da intensa utilização de agrotóxicos. Dentre estes impactos sobre a saúde humana, um dado preocupante é o aumento da incidência de intoxicação por agrotóxico (agrotóxico e agrotóxico de uso agrícola) em todo o país. O objetivo do estudo é analisar a incidência de intoxicações por agrotóxicos e as características epidemiológicas no Brasil, no período de 2001 a 2014. Trata-se de um estudo ecológico, de séries temporais, bem como descritivo. Os dados foram submetidos a tratamento estatístico através do modelo de regressão polinomial, teste MannWhitney e Teste Kruskal-Wallis, para estas análises, foi adotado um nível de significância de 5%. Utilizou-se também, análise estatística descritiva simples. A análise dos dados foi realizada pelo programa SPSS 20.0®. Foram notificados 80.069 casos de intoxicação por agrotóxico no período de 2001 a 2014, apresentando um crescimento linear exponencial de intoxicação por agrotóxico nesta população, cuja taxa de intoxicação foi de 0.377. No período, as Regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram as maiores taxas de intoxicação. Em relação ao comportamento da circunstância da intoxicação, houve relação significativa para a tentativa de suicídio. Quanto à intoxicação por agrotóxico de uso agrícola, foram notificados 25.106 casos no período de 2007 a 2014. Neste período, houve um crescimento linear significativo de intoxicação por agrotóxico de uso agrícola nesta população, cuja taxa de intoxicação foi de 0.1644. No período, houve comportamento heterogêneo entre as taxas de incidência por unidades federativas, todavia, as taxas indicam crescimento por todas as regiões do Brasil. Das dimensões sócio-demográficas, a maioria das intoxicações ocorreram no Brasil em vitimas na faixa etária 20-59 anos (74,7%), sexo masculino (71,0%.), de pele branca (43,8%), zona urbana (54,1%), com apenas o ensino fundamental (42,4%). Para os aspectos relacionados à intoxicação, a maioria das intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola no Brasil indicou a circunstância tentativa de suicídio (38,2 %), cura sem sequela (82,3%) e a exposição aguda-única (78,7%). Nesse sentido, o país precisa aprimorar as políticas voltadas a intoxicação por agrotóxico desenvolvendo medidas eficazes para a prevenção e diagnóstico precoce das pessoas intoxicadas. Em longo prazo, cabe desenvolver novos estudos para compreender se as medidas tomadas foram eficazes para reduzir as tendências e percentuais apontadas neste estudo.